Extermínio começa com um grupo de ativistas tentando libertar chimpanzés de um laboratório de pesquisas. Os animais são cobaias num tratamento contra a raiva. Eles desenvolvem a doença em níveis elevadíssimos. Os bichos saem da jaula e a doença também. Devasta a Inglaterra, criando um cenário de destruição e abandono. As pessoas são mortas pelas outras ou transformadas numa espécie de zumbis assassinos. A civilização rui. As poucas pessoas que ficam incólumes sobrevivem escondidas, fugindo como podem.
Danny Boyle conduz sua história com convicção. Fez uma quase ficção-científica com um pé nos filmes B e sabe disso. Assume sua obra assim. Utiliza as possibilidades da câmera digital para criar uma fotografia mais crua, que possa transmitir a atmosfera que quer passar para o filme. A edição, rápida e sem padrões, parece a de programa ao vivo de TV. Há momentos de trilha sonora salvadora, messiânica, mas o que mais se escuta no filme são justamente seus silêncios. O clima reforça o universo caótico retratado na tela e faz imaginar como seria perder nossos padrões.
O espectador submerge numa caçada por suas prioridades, redefine o que é mais importante: sobreviver ou ficar bem. Tal qual fazem os personagens. Boyle é cruel com o mundo que retrata. Mostra como as pessoas podem abandonar tudo que já lhes foi importante para correr em busca de si mesmas. Para se manterem vivas. Há duas maneiras para gostar de Extermínio: como filme B que faz pensar ou como diversão pura. Os dois caminhos são válidos.
Extermínio
[28 Days Later, Danny Boyle, 2002]
gostei mais do exterminio 2