Planos fixos, fades longos, poucas palavras, um roteiro com um humor seco que apresenta os personagens, primeiro como seres esquisitos que vivem vidas insólitas num ambiente quase inóspito, para depois voltar a eles e oferecer a chance um novo olhar, uma nova interpretação, uma nova importância. Lake Tahoe, do mexicano Fernando Eimbcke, é uma pequena pérola que nunca ganhou a achance de ser exibido fora do Festival do Rio. Em sua narrativa circular, o cineasta faz o filme passar por sucessivas e graduais transformações, sempre apostando na estrutura original e na apatia triste de seu jovem protagonista. Até que, de uma comédia inusitada, surge um delicado e denso drama familiar cujo mistério só é oferecido de forma plena para o espectador no minutos finais.
Lake Tahoe
[Lake Tahoe, Fernando Eimbcke, 2008]
Que coisa mais linda. Um fato tão simples e corriqueiro desencadeia uma saga de proporções homéricas, que leva o protagonista a um belo e doloroso caminho de autoconhecimento.
Um filme lindo mesmo.