Attenberg Estrelinha
[Attenberg, Athina Rachel Tsangari, 2010]

A demência parece ser um estado de espírito na Grécia. Não sei bem se tem a ver com a crise econômica que quebrou o país, mas o cinema grego dos últimos anos parece apostar numa experimentação débil que lembra peças de teatro universitário. Attenberg bebe da mesma fonte de Dente Canino, exemplo maior da demência cinematográfica grega. O diretor daquele filme é ator neste e a diretora deste foi produtora do outro.

O filme gira em torno de uma mulher adulta que praticamente não teve experiências adultas na vida, incluindo sexuais. Comporta-se como uma menina de 5 anos. Se a ideia é fazer um paralelo com uma Grécia que teria parado no tempo, essa ideia é mal acabada. O filme funciona melhor quando centra fogo no processo de despedida de um pai doente, mas até lá precisamos ver os personagens imitando animais ou pulando pra lá e pra cá, o que serve como uma espécie de vinheta para pontuar o longa. Quer saber? Deixa quieto.

Jogos de Verão EstrelinhaEstrelinha
[Giochi d’Estate, Rolando Colla, 2011]

Jogos de Verão é o indicado da Suíça para o Oscar 2012, mas é mais italiano que a Sofia Loren. Atores, locação, língua, história. Tudo é italiano. Mas vamos ao que interessa. O longa segue uma fórmula de filmes teens mais crus, capricha em alguns clichês, sobretudo na definição dos personagens, que seguem uns padrões: um adolescente agressivo, um pai violento, uma mãe distante. A engrenagem demora a funcionar, mas a direção de Rolando Colla vai se acertando aos poucos e o resultado é seguro. A cena final, com o casal de adolescentes na praia, é um belo encerramento para o filme.

Toast EstrelinhaEstrelinha
[Toast, S. J. Clarkson, 2010]

Existem alguns filmes de que não se tem vontade de escrever porque, apesar de estarem longe de serem bons filmes, também não são exatamente ruins. Toast é bem confuso. A ideia é fazer uma biografia do chef Nigel Slater, mas a culinária nunca aparece realmente no filme, que centra fogo na infância supostamente sofrida do protagonista – na verdade, não mais sofrida do que a minha ou a sua. Outra opção esquisita é apresentar o filme como uma fábula colorida, com personagens caricatos, e situações que parecem saídas de contos infantis. Uma coisa não casa com a outra e o destino do personagem morre na nossa imaginação.

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