Em 1997, Lauren Bacall era a favorita para ganhar o Oscar de melhor atriz coadjuvante. O filme era a comédia O Espelho Tem Duas Faces, dirigido e estrelado por Barbra Streisand. Bacall fazia a mãe da protagonista e utilizava um senso de humor refinado para dar molho ao longa. Mas Hollywood tinha comprado a proposta de O Paciente Inglês e pareceu irresistível entregar o prêmio para outra candidata nobre, a francesa Juliette Binoche, que ficou chocada quando foi anunciada como vencedora e, utilizando uma sinceridade e uma delicadeza genuínas, deixou bem claro que achou que a veterana atriz dos filmes noir, viúva de Humphrey Bogart, lenda viva do cinema americano ganharia a estatueta. “E eu acho que ela merece”, disse Binoche.
Foi a única vez em que o Oscar lembrou da atriz, que somente 13 anos depois mereceria um prêmio pelo conjunto da obra. Justamente numa época em que estas homenagens pela carreira eram feitas em festas menores, ganhando apenas uma menção na cerimônia principal. Lauren Bacall não pode agradecer ao vivo. Apareceu na plateia, acenando. Um descaso e tanto para uma intérprete que nunca foi uma atriz excelente, mas estrelou filmes de Howard Hawks, John Huston, Sidney Lumet e Robert Altman, e foi coestrela de Gary Cooper, Gregory Peck, Henry Fonda e Tony Curtis, entre muitos outros.
Seu primeiro filme, Uma Aventura na Martinica, lhe rendeu fama e um marido. Bogart não resistiu aos encantos da loira e os dois foram casados por mais de doze anos, até a morte do ator, em 1957. Mas não foi só o astro de Casablanca que se deixou seduzir pela atriz. O charme de Bacall lhe garantiu o status de musa do filme noir, com destaque para À Beira do Abismo e Paixões em Fúria. Fez comédias deliciosas, como Teu Nome é Mulher e Como Agarrar um Milionário e, já madura, protagonizou O Fã – Obsessão Cega, suspense rodado nos anos 80, que brinca com sua própria capacidade de sedução.
Não havia mais lugar para Lauren Bacall nesse mundo sem glamour. Sua morte leva a atriz para o lugar ao qual ela pertence, um mundo onde a fantasia da clássica Hollywood vai viver pra sempre.
Humphrey Bogart na maioria das vezes em todos os filmes em que atuou sempre andava com um cigarro na boca, fumando e falando ao mesmo tempo. Colocava um “sobretudo” em cima do terno. Muito “Maria-vai-com-as-outras” aprendeu a fumar assistindo filmes com ele(entre tantos outros)!!(Tambem pudera; cigarro era sinônimo de “status” e “glamour” nos anos 1920/1930/1940 do seculo passado!!!
Como você disse, não foi uma grande atriz realmente, mas compensava isso com toneladas de carisma, presença, charme, sensualidade, elegância, aparência marcante (tinha uma beleza “diferente”) e inteligência interpretativa (sabia de suas limitações e tratava de as esconder da melhor maneira possível, ao mesmo tempo realçava ao máximo as suas virtudes, os seus pontos fortes). Era uma verdadeira estrela, do tipo difícil de ser encontrada, mas que hoje não é tão valorizada como antigamente na industria americana do entretenimento. No Brasil é pior ainda, basta ver como a GLOBO desperdiçou Ana Paula Arósio e como é desperdiçada Camila Pitanga, Patricia Pillar, Glória Pires e algumas outras atrizes. Mas o Brasil tem tradição nisso, mesmo Fernanda Montenegro, Cacilda Becker, Glauce Rocha, Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Maria Della Costa, Bibi Ferreira, Cleyde Yaconis e outros grandes nomes foram/são sub-aproveitados.
Uma grande estrela que só mudou de endereço: foi pro céu.
Uma das maiores atrizes da história de Hollywood. Sou eterno fã.
Bonito texto…
Seu último parágrafo é definitivo!
Parabéns! Compartilhei em minha página do Facebook.
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Hoje assistirei à beira do abismo em sua homenagem. Embora jovem, 39 anos, minhas referências no cinema se foram. Longa vida a Kirk Douglas.
Que rosto notável, uma das mais belas atrizes que o cinema teve, além de muito talentosa, e a voz? inconfundível, R.I.P. Belíssima Lauren Bacall.
É verdade, uma dama do cinema, de uma elegância e humor impares!