De volta às origens

Para começar, não tem nada a ver com o clássico Museu de Cera, estrelado por Vincent Price, em 1953, além do mesmo título original. Mais: a presença de Paris Hilton no elenco não tem grande destaque e, conseqüentemente, isso ajuda. Colocando de lado alguns maneirismos de câmera que já deveriam ter saído de moda, é um filme que se leva a sério como história de suspense e de terror, coisa rara num gênero que, quando procura se reiventar, às vezes tropeça feio.

O tema, a criação de um museu de cera feitos com… (segredo), dá um tom incrivelmente nostálgico ao filme. Tom que, se não é plausível ou se não cabe hoje em dia (o que eu francamente discordo – acho muito bem situado), faz falta no universo de “reality show” que toma conta dos filmes do gênero hoje. Ponto para o diretor novato e para o roteiro que se apropriam dos clichês para injetar adrenalina no espectador sem os recursos do cinema moderninho.

Curioso foi ir ao cinema apenas para ver se Paris Hilton seria assassinada por algum maníaco e me deparar com um filme bom, com clima de thriller das antigas. Elisha Cuthbert, acostumada a passar maus bocados na série 24 Horas, ajuda a manter o ritmo ágil. O duelo de famílias que se estabelece na seqüência final é conduzido com habilidade e possibilita algumas leituras e associações. Para minha grande surpresa, A Casa de Cera é bem acima da média e prova que há futuro para o filme de terror.

A CASA DE CERA
House of Wax, Estados Unidos, 2005.
Direção: Jaume Collet-Serra.
Roteiro: Chad Hayes e Carey Hayes, baseado em história de Charles Belden.
Elenco: Elisha Cuthbert, Chad Michael Murray, Brian Van Holt, Paris Hilton, Jared Padalecki, Jon Abrahams, Robert Ri’chard, Dragicia Delbert, Thomas Adamson, Sam Harkess, Murray Smith, Andy Anderson.
Fotografia: Stephen F. Windon. Direção de Arte: Graham Walker. Música: John Ottman. Montagem: Joel Negron. Figurinos: Graham Purcell. Produção: Gary Barber, Jay Roach, Roger Birnbaum, Jonathan Glickman e Nick Goldsmith. Site Oficial: A Casa de Cera.

rodapé: não falei nada quando saiu a notícia, mas o anúncio de Brett Ratner como diretor de X-Men 3 me deixou preocupado.

nas picapes: Bring on the Dancing Horses, Echo & The Bunnymen.

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