A voz da criança-fantasma provocou efeitos devastadores. É tão irritante que me fez querer devastar o que estivesse na minha frente. Seu tom é do encantamento a todo custo, da tentativa de Isabel Coixet cooptar o espectador para sua história de dores e encontros. É um tom estranho para um filme que tenta ser tão pouco permissivo em relação a seus personagens. É tão duro que não parece real. Sarah Polley está muito, demais, excessiva para querer justificar os segredos e as muralhas da protagonista. Falta equilíbrio à textura do melodrama, que era o grande forte de Minha Vida sem Mim, obra anterior da diretora. Incomoda ainda a necessidade de ser um filme mundial: a personagem central passa são muitos países, conhece personagens (e atores) de nacionalidades diferentes, come comidas de vários lugares. É o mundo globalizado? O pior de tudo é quando o filme revela suas motivações políticas e de mensagem. Fica mais forte, mas mais óbvio e excessivamente didático, como na cena com Julie Christie. E, definitivamente, não gosto nada do Tim Robbins.

A Vida Secreta das Palavras Estrelinha
[The Secret Life of Words, Isabel Coixet, 2005]

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