NATIONAL GEOGRAPHIC EM NOVENTA MINUTOS

Filme africano interessa mais como uma pequena aula de história

No início, uma história de amor proibido. Filho do chefe de uma aldeia africana no final do século XVI se apaixona por uma escrava e desperta reações contrárias na família. Os minutos iniciais não são mais que vinte e, assim como a locação das primeiras cenas, a história de amor não resiste ao ataque de cruéis guerreiras amazonas (sim, elas existiram e eram bem violentas) e o filme se torna um didático registro sobre como funcionava a participação dos reis de tribos africanas no tráfico de escravos negros para fora do continente-mãe. Sob esse aspecto, o filme parece um daqueles vídeos da National Geographic em versão história da escravatura, o que não é de todo ruim. A trama, costurada a partir das informações repassadas através dos séculos sobre os personagens (nem todos devem ser reais), é ingenuamente dirigida e interpretada. Mas o amadorismo de Adanggaman, nome do rei negro, que é o maior vilão do filme, é até charmoso. Sua tentativa de denúncia e registro histórico é um válido exemplo de como o cinema pode servir para resgatar a memória coletiva.

ADANGGAMAN
Adanggaman, França/Suíça/Costa do Marfim/Burkina Fasso/Itália, 2000.

Direção: Roger Gnoan M’Bala.

Roteiro: Jean-Marie Adiaffi, Bertin Akaffou e Roger Gnoan M’Bala.

Elenco: Rasmane Ouedraogo, Albertine N’Guessan, Ziable Honoré Goore Bi, Bintou Bakayoko, Nicole Suzis Menyeng, Mireille Andrée Boti, Tie Dijian Patrick,Lou Nadège Blagone, Anastasie Tode Bohi, Didier Grandidier, Mylène-Perside Boti Kouame.

Fotografia: Mohammed Soudani. Montagem: Monica Goux. Direção de Arte: Jean-Baptiste Lerro. Música: Lokua Kanza. Figurinos: Aissatou Traore. Produção: Tiziana Soudani.

nas picapes: Amapola, Ennio Morricone

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