[apocalypto ]
direção: Mel Gibson.
Apocalypto, 2006. Mel Gibson é aquela mala pesada e um cara que não merece perdão pela sua estupidez, mas ele tem seu talento. O problema é que esse talento é hiperdimensionado seja para o bem, seja para o mal. Como diretor, seu maior mérito ainda é Coração Valente (1995), que é um bom filme, exemplar de cinema masculino bem realizado, e seu maior demérito, A Paixão de Cristo (2004), exercício de arrogância quase racista e afeito à violência extrema como se ela significasse fazer um cinema realista. É a mesma lógica de filmes imbecis como a trilogia Jogos Mortais só que com o manto de Jesus usado como escudo protetor. Algo como cale-se e aceite a palavra de Deus ou serás um infiel.
Em Apocalypto, Gibson recupera a virilidade de seu grande acerto, mas a mescla com a brutalidade gratuita de seu grande pecado. A caça à anta é divertida e bem filmada até o bicho ir pro espeto e você se tocar de que só é muito macho quem tem coragem de mostrar uma cena daquelas. Ou pelo menos é assim que acha o comandante dessa história. Mas há algumas coisas que precisam ser admirado no diretor: ele sabe se cercar de bons auxiliares (em Apocalypto, a fotografia a-bruxa-de-blairiana funciona muito bem, a montagem estamos-em-uma-grande-corrida igualmente e a composição sonora – a trilha não, que é ruim – é perfeita). Além disso, bancar um filme falado numa língua morta (?), com grande investimento em cenários, viagens e efeitos visuais não é para qualquer um. Mas se utilizar da desse material para realizar um compêndio de violência, escatologia e uma tosquíssima mensagem sobre proteger sua família – seria um trocadilho conceitual com tudo o que Mel acredita? – é validar o cinema como um campo de batalha sem qualquer nuance, estúpido como seu diretor, que é uma pessoa ruim, mas sabe fazer filme musculosos como ninguém. Ainda bem, basta um.
Com Rudy Youngblood, Dalia Hernandez, Jonathan Brewer, Morris Birdyellowhead, Carlos Emilios Baez.
1ª Quando, eu li que voce chamou de a trilogia de jogos mortais imbecis , pensei :” Esse cara ta merecendo um soco, chute e paulada” ! 2ª depois que li , e que voce não gostou do de apocalypto , pensei : ” Corte – lhe a cabeça, arranque os orgãos e de pra os cachorros”
Sorte sua que são apenas pensamentos !
Bem, realmente não vou dizer mais nada não , so pelo meu comentario tu ja sabe que so contra o seu pensamento sobre o filme. Pra mim o filme foi ÓTIMO(infintinamente) e realmente foi bom não ter lido sua critica, pois veria o que estaria perdendo.
Oi Chico,
A língua do filme não é morta. O iucateque é ainda falado nessa região.
Ah…Se houvesse um Alfred de Maquiagem em 2008…Apocalypto seria meu favorito disparado…
A preço de irritar quem acha a religiosidade dele uma baboseira obscurantista.
Ele é autoral, sem dúvida, mas a que preço?
A cena da anta eu achei meio “Lost”. A trilha sonora realmente é pavorosa (a exemplo da de “A Paixão de Cristo”, mas o filme gera tensão, administra bem seus clichês e permite que Gibson o pontue com alguns momentos bem autorais.