O valor histórico de Batismo de Sangue se perde numa arquitetura ruim, que não sabe dar complexidade (ou diferenciação) a cenas, sobretudo as de tortura. Já vimos tudo aquilo muito melhor filmado antes. A direção de atores também é um desastre. Embora dê para perceber um certo esforço de Caio Blat em se tornar um nordestino verdadeiro, o que quase consegue, as oportunidades para que ele consiga isto são parcas e rasas. Engraçado que ele faz um nordestino melhor do que Marcélia Cartaxo, que é nordestina. Há muitos, muitos mesmo, coadjuvantes bem fracos, ora teatrais demais, ora ruins mesmo, como o ator que faz Carlos Marighella. Há uma boa vontade de fazer uma boa coisa, mas a falta de foco. O que finalmente o filme quer mostrar? O que ainda falta ser dito? Nem Helvécio Ratton parece saber ao certo.
Batismo de Sangue
[Batismo de Sangue, Helvécio Ratton, 2006]
Também postei sobre Batismo de Sangue lá no blog, junto com Piratas do Caribe 3. Gostei do filme, apesar de também achar que representa mais do mesmo nesse quase gênero filme de ditadura militar. Mas ainda assim gostei de várias coisas, como o Blat, o Gabus Mendes, as cenas de tortura e a trilha sonora.