[do pc]
[eraserhead ]
direção: David Lynch.
Eraserhead, 1977. É chover no molhado dizer que o primeiro longa de David Lynch é um trabalho experimental. Mais correto talvez seria classificá-lo como um rascunho de tudo o que o diretor viria a fazer nos anos seguintes. Estão na tela a gênese do suspense, o tom onírico, o limite tênue entre fantasia e realidade, as personagens misteriosas e solitárias. Como é uma pedra bruta diante de seus outros filmes, Eraserhead, mas do que qualquer outro se ergue num limbo sem preocupações factuais. Por isso mesmo, o grande senão do filme é justamente o quão liberto ele se permite ser. E permite muito. A ousadia, mais do que opção, às vezes, parece o principal recurso à mão. A concepção visual é belíssima: fotografia e direção de arte, além do cuidado com a trilha e a edição de som, muito boa. A obsessão pelo palco já aqui.
Six Figures Getting Sick, 1966, e The Alphabet, 1968. Os dois primeiros curtas de David Lynch são trabalhos mixmedia, com experimentações em animação. Obras semelhantes ao que era feito por outros autores à epoca que antecipam o interesse de Lynch pelo lúdico. Funcionam mais para saciar a curiosidade sobre o diretor.
Com Jack Nance, Charlotte Stewart, Allen Joseph, Jeanne Bates, Judith Anna Roberts, Laurel Near, V. Phipps-Wilson, Jack Fisk.
Não entendi, Chico. A liberdade e a ousadia ficaram redudantes no filme?
Ficou legal a versão.
Vi num VHS nojento, projeção podre, som horripilante. Mesmo assim, gostei. A Lady in the Radiator deve ser a mãe do Fofão. Muito engraçado os Pixies terem gravado a música do Lynch.