DEZ

Abbas Kiarostami e a câmera digital. O cineasta amante do bastidor adora revelar que um filme é um filme. Sua fórmula pode vir a se esgotar, mas enquanto isso ele leva às últimas conseqüências suas experiências com a fotografia e a montagem. Não fosse isso, Dez teria o mesmo destino que O Vento nos Levará (01): seria um filme tremendamente chato. Kiarostami nos apresenta a uma personagem que está presente na vida de todos, mas que não significada nada para quase ninguém. Uma observadora do mundo. Uma vigia. Talvez por isso esconda seu rosto durante quase todo o filme. A taxista conhece todos e, de certa forma, conduz seus destinos. Protagonista do filme, coadjuvante da vida de todos. O cineasta dialoga com o próprio diálogo, reescreve a habitual forma de conversar. A câmera, não raro, é estática. Do rosto da taxista, relances. O que precisamos ver, afinal? A idéia é boa, mas, mesmo curto, o filme se repete e fica cansativo sem muita demora.

Dez
Ten, Irã/França/EUA, 2002
Direção, Roteiro e Fotografia: Abbas Kiarostami.
Elenco: Mania Akbari, Amin Maher, Kamran Adl, Roya Arabshahi, Amene Moradi, Mandana Sharbaf, Katayoun Taleidzadeh.
Produção: Marin Karmitz e Abbas Kiarostami. Edição: Vahid Ghazi, Abbas Kiarostami e Bahman Kiarostami. Música: Howard Blake.

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