[frankie 2006 – vencedores]
[filme do ano]
O Céu de Suely, de Karim Aïnouz
O Céu de Suely é o melhor filme de um ano em que eu me enganei algumas vezes sobre os meus melhores filmes do ano. O Novo Mundo, de Terrence Malick, e depois A Dama na Água, de M. Night Shyamalan, ocuparam este posto, mas o filme de Karim Aïnouz, que eu já tinha considerado uma obra-prima quando eu o vi na Mostra de Cinema de São Paulo, foi crescendo devagar a cada dia na minha memória e do meu coração. A saga de Hermila em busca do algo mais me toca profundamente. Eu entendo o que significa não caber mais num lugar e querer descobrir qual é o seu lugar.
outros candidatos:
2º A Dama na Água, de M. Night Shyamalan
3º O Novo Mundo, de Terrence Malick
4º The Host, de Bong Joon-ho [*]
5º Síndromes e um Século, de Apichatpong Weerasethakul [*]
[direção]
Karim Aïnouz, por O Céu de Suely
Um prêmio para o Terrence Malick seria bastante justo, mas não foi mesmo o Karim Aïnouz quem mais me abalou neste ano? Não foi ele que fez o filme mais perturbador, mais redondo e mais perfeito. Eu também considero O Novo Mundo uma obra-prima e ele tem até certas semelhanças com O Céu de Suely, mas não foi o brasileiro o filme mais impecável do ano? É, foi.
outros candidatos:
2º Terrence Malick, por O Novo Mundo
3º Apichatpong Weerasethakul, por Síndromes e um Século [*]
4º Bong Jon-ho, por The Host [*]
5º M. Night Shyamalan, por A Dama na Água
[ator]
Ryan Gosling, por Half Nelson [*]
Ainda que Hoffman e Whitaker estejam majestosos em suas performances, a interpretação de Ryan Gosling para o professor de Half Nelson, igualmente perfeita, tem o adendo do efeito surpresa. Um ator que saiu de romances menores construiu uma personagem dificílima, com nuances múltiplas num equilíbrio preciso. Gosling driblou as muitas possibilidades de cair na caricatura, na limitação, nos maneirismos fáceis e virou um ator para o futuro.
outros candidatos:
2º Philip Seymour Hoffman, por Capote
3º Forest Whitaker, por Mary [*]
4º Matthew Macfayden, por Orgulho e Preconceito
5º Leonardo Di Caprio, por Os Infiltrados
[atriz]
Hermila Guedes, por O Céu de Suely
A ordem no set de O Céu de Suely provavelmente foi deixar no mínimo o volume de interpretação. Tudo é muito naturalista no filme e foi isso que foi exigido dos atores, que ganharam personagens batizadas com seus próprios nomes para intensificar esse compromisso. A meu ver, todos cumpriram bem seus papéis, mas a mocinha chamada Hermila Guedes não. Essa foi perfeita em assumir a forma do filme para si. Hermila, mais do que integrada ao que pretendia o diretor, é o que Karim Aïnouz queria. Sem ela, talvez esta obra não fosse não prima.
outras candidatas:
2º Helen Mirren, por A Rainha [*]
3º Q’Orianka Kilcher, por O Novo Mundo
4º Isabelle Huppert, por A Comédia do Poder [*]
5º Estamira, por Estamira
[ator coadjuvante]
Jack Nicholson, por Os Infiltrados
Eu tenho uma certa birra com essa ovação excessiva em torno de Jack Nicholson. Fazia tempos que estava cansado de seus cacoetes, de suas interpretações repetitivas, de sua cara de maluco. No entanto, em Os Infiltrados, Nicholson, reprisando todo seu inventário de maneirismos, é um ator perfeitamente funcional. Sua performance, dou minha cara a tapa, é genial.
outros candidatos:
2º João Miguel, por O Céu de Suely
3º Robert Downey, Jr., por O Homem-Duplo [*]
4º Donald Sutherland, por Orgulho & Preconceito
5º Nanni Moretti, por O Crocodilo
[atriz coadjuvante]
Melissa Leo, por Três Enterros
Nem mesmo duas atuações excepcionais de Meryl Streep conseguiram tirar a vitória de magnífica performance de Melissa Leo, que infelizmente é abandonada lá pela metade do filme de Tommy Lee Jones. A moça com poucas frases e muitos olhares deixa para trás seus colegas de elenco e mostra que a pequena participação em 21 Gramas era apenas um ensaio de uma grande atriz.
outras candidatas:
2º Meryl Streep, por O Diabo Veste Prada
3º Meryl Streep, por A Última Noite
4º Emily Blunt, por O Diabo Veste Prada
5º Beatrice Dalle, por Desejo e Obsessão [*]
[elenco]
Orgulho & Preconceito
Difícil não dar esse prêmio para Orgulho & Preconceito, dono de um elenco afinadíssimo. Nesta categoria, mais do que quantidade, gosto de premiar grupos que funcionem como grupos realmente. Neste ano, Keira Knightley, Matthew Macfayden, Brenda Blathyn e Donald Sutherland comandaram o melhor deles.
outros candidatos:
2º A Última Noite
3º O Céu de Suely
4º O Homem-Duplo [*]
5º Pequena Miss Sunshine
[roteiro original]
Bong Joon-ho, Chul-hyun Baek & Jun-won Ha, por The Host [*]
Quando eu me deparei com The Host, no Festival do Rio do ano passado, fiquei boquiaberto. Estava diante do filme mais politizado do ano e ele era um delicioso filme de monstro, cheio de ação e vindo do outro lado do planeta. Rapidamente ocupou um espaço generoso entre meus filmes favoritos do festival e, com o tempo, ganhou vaga definitiva entre os melhores do ano.
outros candidatos:
2º Nanni Moretti, por O Crocodilo
3º M. Night Shyamalan, por A Dama na Água
4º Philippe Garrel, com Arlette Langmann & Mark Cholodenko, por Amantes Constantes
5º Anna Boden & Ryan Fleck, por Half Nelson [*]
[roteiro adaptado]
Felipe Bragança, Karim Aïnouz & Mauricio Zacharias,
baseado no roteiro de Karim Aïnouz, por O Céu de Suely
Eu nunca vi o curta Rifa-me, de onde a idéia de O Céu de Suely foi estendida, mas se ele for um esboço mal feito deste filme já vai ser uma grande obra. O filme de Karim Aïnouz está em sintonia com um cinema contemporâneo que tenta fazer suas personagens encontrarem seu lugar no mundo. O roteiro deste filme é milimétrico, calculadíssimo e, por isso mesmo pode parecer artificial, mas grande parte do frescor e da inteligência do longa vem dessa esquematização.
outros candidatos:
2º Deborah Moggach, baseado no livro de Jane Austen, por Orgulho & Preconceito
3º David Auburn, baseado no roteiro de Eun-Jeong Kim & Ji-na Yeo, por A Casa do Lago
4º William Monahan, baseado no roteiro de Siu Fai Mak & Felix Chong, por Os Infiltrados
5º Garrison Keillor, baseado em seu programa de rádio, por A Última Noite
[cena do ano]
João volta de moto, em O Céu de Suely
Antes de mais nada, procurei muito a foto para ilustrar esta cena, mas foi impossível encontrá-la. Os últimos planos do filme de Karim Aïnouz são bárbaros: cristalizam a essência do longa que é a busca pela felicidade. A ênfase não está em João Miguel ou Hermila Guedes, nem mesmo na câmera, no som, na montagem, mas na angústia de uma imagem que demora, que você queria diferente, mas que você entende perfeitamente.
outras candidatas:
2º Médica encara a câmera, em Síndromes e um Século [*]
3º Superman observa a casa de Lois, em Superman, o Retorno
4º O boquete, em The Brown Bunny [*]
5º Kinks na festa, em Amantes Constantes
[filme de estréia]
Half Nelson, de Ryan Fleck [*]
Ainda que as estréias de Joe Wright, Kim Rossi Stuart e Marcos Prado sejam extremamente premiáveis, o que Ryan Fleck faz com Half Nelson tem muito
mais mérito. O clássico gênero de filme mestre e aluno é virado pelo avesso sem perder a simplicidade e o carinho com as personagens. E como Ryan Gosling e Shareeka Epps são uma dupla de atores em perfeita sintonia, a receita dá mais do que certo.
outros candidatos:
2º Orgulho & Preconceito, de Joe Wright
3º Anche Libero Va Bene, de Kim Rossi Stuart [*]
4º Estamira, de Marcos Prado
5º Sonhos de Peixe, de Kirill Mikhanovsky [*]
[filme brasileiro]
O Céu de Suely, de Karim Aïnouz
Primeiro, é bom lembrar de que este ano foi excepcional para o cinema brasileiro, assim como foi o ano anterior. Os cineastas do Brasil deixaram a arrogância de lado e tentaram buscar paralelos pelo mundo afora ao mesmo tempo em que nunca deixaram de fazer filmes essencialmente brasileiros. O Céu de Suely é a coroa deste ano. Um filme invejável técnica e dramaticamente. Uma obra-prima para o cinema nacional.
outros candidatos:
2º O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger
3º Estamira, de Marcos Prado
4º Eu me Lembro, de Edgard Navarro
5º Sonhos de Peixe, de Kirill Mikhanovsky [*]
[fotografia]
Dion Beebe, por Miami Vice
Miami Vice talvez seja a transposição mais radical de uma obra para o cinema. Michael Mann desconstruiu o material original e criou um filme denso, feito para paladares mais apurados. Sua reconfiguração não seria possível sem o trabalho de Dion Beebe, que, com sua fotografia espacial, que incorpora todos os elementos em cena, os redimensiona para, só então, devolvê-los para o espectador.
outros candidatos:
2º Vilmos Zsigmond, por Dália Negra
3º Walter Carvalho, por O Céu de Suely
4º William Lubtchansky, por Amantes Constantes
5º Emmanuel Lubezcki, por Filhos da Esperança
[montagem]
Pedro Marques, por Juventude em Marcha [*]
O espiral que é a espinha dorsal do filme de Pedro Costa é o próprio espiral da vida, em que os fatos se repetem à exaustão, trazendo, a cada volta, um nova informação, um novo elemento, uma nova forma de se contar uma história. Num ano de trabalhos tão distintos quanto radicais, o filme português teve a ousadia de despistar a herança da narrativa literária em prol de uma essencialmente cinematográfica.
outros candidatos:
2º José Eduardo Belmonte & Paulo Sacramento, por A Concepção
3º Lee Chatametikool, por Síndromes e um Século [*]
4º Esmeralda Calabria, por O Crocodilo
5º Michael Kahn, por Munique
[direção de arte]
Dante Ferretti, por Dália Negra
Seria Dante Ferretti o melhor do mundo? É provável. Elegância e refinamento, sofisticação e uma preocupação com a funcionalidade. Nada está à tôa nos sets do italiano que sabe mais do que ninguém como recriar uma época. Foi assim no ano passado em O Aviador e é assim, mais uma vez, em Dália Negra, um filme exuberante por causa da vocação de Ferretti para o belo.
outros candidatos:
2º Cássio Amarante, por O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
3º Eugenio Caballero, por O Labirinto do Fauno
4º Jack Fisk, por O Novo Mundo
5º Rick Carter, por Munique
[figurinos]
Jenny Beavan, por Dália Negra
Os figurinos do filme de Brian De Palma acompanham os acertos na direção de arte. Ao mesmo tempo em que são extremamente simples, mesmo não deixando que essa simplicidade seja adversária da exuberância, são funcionais e sofisticadíssimos. Num ano de trabalhos apurados e, às vezes, mais chamativos, o de Jenny Beavan ganha pela uniformidade de sua competência.
outros candidatos:
2º Jacqueline West, por O Novo Mundo
3º Jacqueline Durran, por Orgulho & Preconceito
4º Colleen Atwood, por Memórias de uma Gueixa
5º Mariano Tufano, por Mundo Novo
[maquiagem]
Piratas do Caribe: o Baú da Morte
A cada ano que passa, os efeitos visuais invadem mais e mais o terreno da maquiagem. Entre material sólido e correções – e criações – da tecnologia virtual, um filme ruim ganha destaque por sua competência inegável nessa área. O trabalho da equipe de maquiagem de O Baú da Morte é perfeito.
outros candidatos:
2º O Labirinto do Fauno
3º X-Men: o Confronto Final
4º Abismo do Medo
5º Terror em Silent Hill
[trilha sonora]
Javier Navarrete, por O Labirinto do Fauno
Uma das categorias mais difíceis, com pelo menos um número igual ao de indicados de belas trilhas que sequer foram finalistas. Colocar a ordem entre estes cinco também foi complicado, mas o tema carinhoso que Javier Navarrete compôs para a fábula de Guillermo del Toro, que não saiu da memória depois que o filme acabou e que, vez por outra, reaparece em forma de lá-lá-lá, ganhou o posto de melhor do ano.
outros candidatos:
2º Byung-woo Lee, por The Host [*]
3º Terence Blanchard, por O Plano Perfeito
4º Dario Marianelli, por Orgulho & Preconceito
5º James Newton Howard, por A Dama na Água
[canção]
“Tell Ol’ Bill”
autor: Bob Dylan
intérprete: Bob Dylan
Terra Fria
A única coisa que me faria pensar em não premiar a ótima música de Bob Dylan seria a concorrência com as canções de Brokeback Mountain, Impulsividade e O Sabor da Melancia. Como eu vi estes filmes em 2005, Dylan reinou absoluto, destaque máximo de um filme injustamente massacrado, mas apenas corretinho.
outros candidatos:
2º “Trouble Every Day”
autores: Dave Boulter, Dickon Hinchliffe, Alasdair Macaulay & Stuart Staples
intérprete: Tindersticks
Desejo e Obsessão [*]
3º “‘Til the End of Time”
autor: DeVptchka & Nick Urata
intérprete: DeVotchka
Pequena Miss Sunshine
4º “Me Llaman Calle”
autor: Manu Chao
intérprete: Manu Chao
Princesas [*]
5º “Song of the Heart”
autor: Prince
intérprete: Prince
Happy Feet, o Pingüim
[som]
Carros
Carros, na verdade, só disputou o prêmio de melhor animação por seus muitos méritos técnicos. Nos quesitos sonoros, o filme de John Lasseter é exemplar. Edição, mixagem e efeitos sonoros são, além de competentíssimos, usados com muita inteligência. Seria injusto premiar qualquer filme, quando foi esse quem mais explorou – e bem – essa área.
2º Superman, o Retorno
3º Miami Vice
4º Munique
5º Os Infiltrados
[efeitos visuais]
O Labirinto do Fauno
Muito mais do que a competência latina para uma área tão hegemonicamante norte-americana, os efeitos visuais de O Labirinto do Fauno representam um resgate da fábula num filme que não tem medo de mesclar lúdico e grotesco da mesma maneira que costura conto de fadas e obra política. O fauno, o sapo e o reino escondido são brilhantes, mas a criatura da mesa é uma das mais assustadoras que o cinema criou nos últimos tempos.
outros candidatos:
2º Piratas do Caribe: o Baú da Morte
3º Terror em Silent Hill
4º X-Men: o Confronto Final
5º Superman, o Retorno
[animação]
O Homem Duplo, de Richard Linklater [*]
A mesma técnica de Waking Life, que era lindo nas imagens e pecava pelo excesso de texto, garantiu uma versão especial de uma obra de Philip K. Dick. Richard Linklater encontrou a razão para usar seus desenhos e cores e entregou para Robert Downey Jr. um de seus melhores papéis. Uma animação fora do eixo infanto-juvenil que domina o gênero e uma ficção-científica de primeira linha. O filme – há pessoas corretas no mundo – deve entrar em circuito nos primeiros meses do ano.
outros candidatos:
2º Happy Feet, o Pingüim, de George Miller
3º Carros, de John Lasseter, co-dir: Joe Ranft
[documentário]
O Homem-Urso, de Werner Herzog
Num ano de muitos documentários, poucos foram realmente bons. A transformação do gênero, num misto de narrativa dramática e exercício denuncista, deu uma vitalidade controversa aos novos filmes. O material mais interessante, ainda que meio irregular por um certo julgamento antecipado do protagonista, veio das mãos do veterano Werner Herzog, que praticamente invade a tela para interpretar e tentar desvendar a personagem que retrata.
outros candidatos:
Os EUA contra John Lennon, de David Leaf & John Scheinfeld [*]
Soy Cuba, o Mamute Siberiano, de Vicente Ferr
Comentários
comentários
Como sempre, combinamos em muitas escolhas e discordamos em algumas! Ainda bem (rsrs)! Abs
Gosto muito mais da Melissa Leo em “21 Gramas”. Não acho que seja ensaio não…rs…
“Chayia, Chayia”, infelizmente, é anterior ao filme.
“The Host” deve entrar em cartaz nos próximos meses, Marcelo. Eu tb espero que a Melissa Leo seja lembrada no Alfred.
Eu só faço gostar mais de “O Céu de Suely”. Foi a primeira vez em 14 anos que um filme brasileiro concorre e ganha o título de filme do ano.
Nossa concordância mais enfática é em relação à Melissa Leo, não tem pra mais ninguém, é a coadjuvante do ano. Espero que seja lembrada no Alfred.
João, é justamente a organização e o ordenamento das cenas e o espiral que isso cria que me fez premiar o filme. “2046” não pôde concorrer porque eu vi em 2005. Os outros três foram cotados até o final, sobretudo “Miami Vice”.
Ana, “Boa Noite” não entrou porque eu vi em 2005. Pro Alfred, vai concorrer com o Strathairn e talvez entre em alguma técnica.
“O Céu de Suely” me impactou ao final da sessão, mas está se apequenando na minha memória.
Quero muito ver “The Host” e “Síndromes e um Século”.
Então “Chaiya, Chaiya” não é mesmo votável?
O que mais me assustou na criatura da mesa foi a fome da mesma.
Não é nem questão de ser lento ou de ser quebra-galho, mas montagem pra Juventude em marcha soa um pouco estranho. Na verdade, como o diretor não decupa as cenas em mais de um plano (pelo menos, não que a gente saiba!), o trabalho de edição se “limita” ao ordenamento e escolha do material filmado. É claro que é um trabalho importantíssimo, e claro que não deixa de envolver ritmo, percepção. Por outro lado, não gosto da repetição da súbita mudança de plano escuro/claro, umas duas vezes estava suficiente, depois fica reiterativo, acho o principal (e talvez único) defeito do filme.
Não vi A concepção (sei que Sacramento és fueda!), nem Síndromes, mas antes de O crocodilo e Munique colocaria O plano perfeito, Miami vice, Os infiltrados (“contrabandos” que têm uma lógica própria de montagem, sem paralelos ao automatismo da produção americana) e 2046 (que eu vejo a sensação de espiral bem mais forte).
O resto da lista tá bem boa, sendo a maior ressalva o bom, porém superestimado às vezes, O céu de Suely.
abraços
Chico, por falha minha só vi Boa Noite e Boa Sorte hoje. Que filmão! Não merecia alguma presença nos seus melhores do ano? Grande elenco, grande fotografia, grande direção.