GOSTO DOS OUTROS: KAREN CUNHA

A Karen Cunha pode até não saber, mas é uma das mulheres mais cool da web. A dona do blog Quero Ser Jeanne Moreau aceitou participar da brincadeira desta seção e indicou seus dez filmes favoritos, sem ordem de preferência:

Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), Jacques Demy.

Amo musicais em que a música está a serviço da história e não o contrário. Poderia citar aqui Amores Parisienses, Duas Garotas Românticas, mas foi o roteiro redondinho e a fotografia linda que me fizeram votar neste como um dos melhores musicais de todos os tempos. Uma aula de cinema, a história aparentemente boba esconde uma profundidade incrível, o ritmo é tão bom que você nem vê que o tempo passou. Sem falar dos atores, das músicas….

O Gosto dos Outros (2001), Agnès Jaoui.

Este filme está aqui por três motivos: representar os filmes de tese (que eu adoro), simbolizar a sagacidade no cinema (que podia vir do Todd Solondz, do P.T. Anderson ou do John Waters) e por ter a Agnès Jaouí que é uma das melhores atrizes/roteiristas/diretoras da atualidade, além de trazer de na bagagem todo o seu staff de amigos talentosos (Resnais, Sabine Azéma, Jean-Pierre Bacri). O filme é forte, curto e grosso, usa a cultura pra falar dela própria, um tapa na cara….

Uma Mulher para Dois (1961), François Truffaut.

Dispensa apresentações. A história de triângulo amoroso mais linda da história do cinema. Vai representar o Truffaut para que eu não seja obrigada a fazer uma lista só dele… E tem a Jeanne Moreau… (suspiro)

Uma Mulher é Uma Mulher (1961), Jean-Luc Godard.

Godard engraçadinho, cores bonitas, Anna Karinna, Jean-Claude Brialy, Jean-Paul Belmondo, Raoul Coutard, Nouvelle Vague até a medula, uma grande piada interna. Que mais eu posso querer? Para quem está apaixonado, para quem está amargurado…. Pra sair do cinema e dançar….

A Professora de Piano (2001), Michael Haneke.

Descobri que era louca após assistir este filme. Todo mundo achando absurdo e eu não conseguia parar de chorar. Acabou o filme e resolvi que minha vida iria mudar completamente. Simples assim. Quando um filme causa um impacto desses na sua vida, ele merece estar entre os mais importantes, não acham?

O Discreto Charme da Burguesia (1972), Luis Buñuel.

Filme político, filme surreal, filme de comédia. O que dizer dessa obra-prima?

Bianca (1984), Nanni Moretti.

Escolhendo esse fico livre de ter que optar entre algum filme do Woody Allen. Nanni Moretti é o cara. Vai fundo com uma sutileza inacreditável. Ele é como uma enfermeira que te aplica uma injeção dolorida de forma tão delicada que você nem sente a dor. Poderia citar qualquer outro filme dele porque o cara é demais.

Todas as Mulheres do Mundo (1967), Domingos de Oliveira.

O filme é lindo, perfeito e o cara merece uma citação, afinal fez coisas espetaculares como o excelente Edu, Coração de Ouro. Tá certo que fez coisas tenebrosas também, mas este filme o redime de qualquer bobagem. E não deixa de ser mais uma oportunidade de homenagear o nosso amigo Truffaut.

O Sopro no Coração (1971), Louis Malle.

Este filme tem tudo o que falta em Os Incompreendidos. Ágil, sagaz, engraçado, piadas impagáveis, cores bonitas e você nem percebe que o filme é comprido.

A Fantástica Fábrica de Chocolate (1971), Mel Stuart.

Filme de infância, sei as falas de cor, assisti milhares de vezes. A fotografia é linda, a música é bem utilizada, encanta pessoas de todas as idades… Por que não? Falem o que quiserem, eu adoro o Gene Wilder. Poderia ter colocado Grease, aqui também que teria o mesmo efeito.

Karen Cunha, 23, tem brincado de DJ nos bares de São Paulo, adora cores bonitas, é fã da nouvelle vague, estremece ao ouvir o nome Raoul Coutard, está ansiosa pela Mostra de Cinema Internacional, sofreu muito ao fazer esta lista (principalmente tendo que omitir seu amor incondicional pelo Truffaut) e continua sim, querendo ser a Jeanne Moreau. Quando for imperadora (sim, porque imperatriz é a mulher do Imperador) vai fazer um grande cineclube no Largo do Arouche. Base de operações: São Paulo, SP.

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