Irmãos Grimm, de Terry Gilliam.

Estou apaixonado pelo filme do Terry Gilliam, que muita gente não gostou, como há muito não acontecia. O grande defeito do diretor, que sempre foi sincronizar os elementos fantásticos num roteiro, o que criava abismos de timing, desaparece quase que completamente aqui. É impressionante como o roteiro abre espaços certeiros para a absorção dos contos de fada, que, transmutados em cenas “reais”, ganham novo encanto e horror. Não acho que o final seja bem resolvido, mas até chegar nele, houve quase duas horas de muito deslumbre – pela primeira vez em muito tempo, não apenas deslumbre visual. Heath Ledger, com todos os clichês de sua personagem, cada vez mais se firma como bom ator. É dele a difícil tarefa de defender a fantasia, o que fez com competência.

Vida de Menina, de Helena Solberg.

É bem verdade que há uma nostalgia do simplérrimo em tudo que envolve este filme, mesmo com os pontos contra, desde a direção meio frouxa até a média quase medíocre das interpretações. O que é bem interessante, isso sim, é como o roteiro obedece àquela ordem-desordem das paginas de um diário. Não há uma história propriamente dita, mas um amontoado de seqüência que é de onde o espectador monta seu próprio filme. Essa liberdade na construção pessoal da experiência com Vida de Menina é o que de melhor ele tem.

Comentários

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7 comentários sobre “Irmãos Grimm e Vida de Menina”

  1. Aliás, acho que vi o Daniel do The Bridge no Vitrine também, mas por não saber ao certo se era ele acabei não indo cumprimentá-lo. Daniel, se era você mesmo, foi mal aí.

  2. Pô Chico, não te achei na fila do Cidade Baixa. Encontrei Carlos Massari, Filipe Furtado e Guilherme Martins, mas você nem tava lá.

    Ah sim, Bruna Lombardi também esbarrou em mim, o que valeu a noite.

  3. Gostei muito de Vida de Menina, é enorme sua capacidade extrair poesia da simplicidade do dia-dia. Já para Os Irmãos Grimm ainda estou criando coragem.

  4. Diego, eu procurei vc, mas não achei no “Cidade Baixa”. Não vi mais ninguém por lá. Posso até ter cruzado, mas não reconheci. Na verdade, me dei conta de que não tenho muita idéia da aparência de muita gente com quem eu me comunico pelo blogue há tempos…

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