O sérvio Emir Kusturica talvez seja o diretor mais improvável para comandar um documentário sobre Diego Armando Maradona e exatamente por causa disso que seu filme seja tão particular. O cineasta enxerga Maradona como um personagem de seus filmes, com algo de folclórico, algo de mágico, e – embora force a barra em algumas comparações – o trata assim, como um personagem, evitando a comodidade conciliatória em que muitos documentários caem para com seu objeto.
Kusturica não que busca o conflito; seu filme é bastante pacífico, mas nunca está a serviço de seu homenageado. Há vários momentos deliciosos, como a sequência em que o jogador canta com as filhas no karaokê ou todas as aparições dos fiéis da Igreja Maradoniana. O diretor, cuja obra sempre teve uma conotação política, abre bastante espaço ainda para os “discursos” de Maradona sobre o futebol, a Argentina, os Estados Unidos e o mundo. É neles que dá pra perceber o quão o argentino é mais interessante do que o rei Pelé. Pelo menos fora do campo.
Maradona
[Maradona by Kusturica, Emir Kusturica, 2008]
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Pois é, Cecília, tb mudei um pouco a ideia de que eu tinha do Dom Diego.
Brausen, fora do campo, o Pelé é mala demais, nÉ?
Sem dúvida, fora de campo o Maradona dá de goleada no chato do Pelé.
Foi exatamente isso que senti quando assisti ao documentário.
E hoje mesmo, vendo o jogo, estava lembrando dele e de como ele mudou a imagem que tinha do Maradona.
Bjs,