Missão: Impossível

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[Mission: Impossible, Brian De Palma, 1996]

Brian De Palma leva seus truques e temas para esta reinvenção da série Missão: Impossível transportada, então, para o cinema. O diretor embala o pacote (que inclui não apenas a revisão, mas a condição de filme-veículo para Tom Cruise, que também assina como produtor) numa clássica história de espionagem, em que não economiza disfarces, traições e um certo nível de de desapego com a realidade, o que, convenhamos, é tanto essencial ao gênero quanto fundamental ao cinema de De Palma. O elenco de apoio é estelar e diversificado, o que funciona em diversos níveis. Destaque para Kristin Scott-Thomas. O jogo de não revelar o verdadeiro adversário é instigante, embora o artifício fique evidente demais a certa altura do filme. Artifícios sempre foram os maiores méritos e os calcanhares-de-Aquiles de De Palma.

Missão: Impossível II

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[Mission: Impossible II, John Woo, 2000]

Na revisão, Missão: Impossível II parece um filme completamente errado (o oposto do que aconteceu quando o longa de John Woo foi lançado – talvez porque o cinema eletrizante do chinês estava em alta por estas bandas). Os maneirismos do diretor, que funcionam tão bem em seus trabalhos na terra natal e em A Outra Face (câmera lenta, elenco dirigido para operar no limite do melodrama, cenas de ação milimetricamente coreografadas) parecem todos meio perdidos aqui, não casam um blockbuster americano mais tradicional. O longa vira mais um filme de explosões do que um filme de espião. Dougray Scott, que desistiu de ser o Wolverine dos filmes dos X-Men pra fazer o vilão aqui, tenta compor uma personagem cartunesca, mas cai na caricatura e Thandie Newton, uma atriz geralmente bem competente, está grotescamente ruim. Até Tom Cruise está melhor do que ela.

Comentários

comentários

Um pensamento sobre “Missão: Impossível e Missão: Impossível II”

  1. O primeiro filme tinha um certo charme clássico proveniente de um De Palma ainda em forma com cenas de ação lembradas até hoje, só ficou um pouco datado depois que a franquia Bourne jogou todas as convenções pros ares. O segundo filme é um desfile de técnica tão belo quanto supérfulo, um video clipe vazio que destoa de todos outros filmes por resumir sua trama a uma linha mal escrita.

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