Ralph Fiennes, Rachel Weisz

Acabei de ver O Jardineiro Fiel e estou francamente desapontado pelo fato de ele ser um filme bom, bom mesmo. Seria muito mais fácil falar mal dele. Os argumentos seriam tantos: 1) Meirelles foi feito para Hollywood, o filme é muito hollywoodiano; 2) se apóia em paisagens artificialmente belíssimas; 3) é um filme ingênuo, com objetivos ingênuos, algumas resoluções de roteiro ingênuas, interpretações ingênuas; 4) Meirelles compra um discurso que o faz parecer muito mais politizado e engajado do que o Walter Salles, por exemplo, e promete ser uma catapulta para sua carreira internacional; 5) tem aquela coisa “étnica” que deixa os pseudo-alguma coisa muito felizes e confortados pela denúncia; etc.

Mas a) eu nunca tive nada contra Hollywood. Por sinal, lá foram feitos muitos dos melhores filmes da minha vida; b) as paisagens artificialmente belíssimas já eram naturalmente belíssimas então, pouca coisa mudou; c) eu adoro e defendo a ingenuidade; d) não acho que seja justo comparar os dois diretores nem julgar o engajamento de cada um; e) a denúncia pela denúncia seria chata de qualquer maneira, mas o filme é muito bem construído como thriller e se resolve muito bem (ainda que ingenuamente bem).

Além do mais, o Ralph Fiennes e a Rachel Weisz são um belo casal e é interessantíssimo que eles consigam despertar isso quando a relação deles é construída aos nossos olhos em flashbacks que muitas vezes são perversos para a bela moça. Talvez por isso a cena de que eu mais gostei tenha sido aquela em que Fiennes vê o vídeo que Weisz fez dele. Puro alívio. Puro romantismo.

O Jardineiro Fiel EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha½
[The Constant Gardener, Fernando Meirelles, 2005]

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