Robert De Niro já foi o melhor ator do mundo. De motorista de táxi a jovem chefe mafioso, passando por campeão de boxe. O artista das mil faces é responsável por algumas das maiores interpretações das últimas décadas no cinema. Mas, alguma coisa aconteceu. Nos últimos anos, a carreira do ator acumulou uma série de filmes que, quando não são ruins, são completamente desprovidos de expressão. É o caso desse O Último Suspeito, baseado numa reportagem sobre a história real de um policial cujo filho viciado em drogas é acusado de assassinato.
O diretor Michael Caton-Jones condena o filme ao ostracismo quando abusa dos clichês para desenvolver a trama. Sua mão fraca não sustenta as possibilidades da história, que, por mais que seja real, parece falta de imaginação de roteirista ruim. Em momento algum o filme mergulha nos personagens e mostra suas motivações e intenções de maneira clara. O novato James Franco (de Homem-Aranha) esboça uma boa interpretação, mas seu personagem é quase que abandonado pelo roteiro. O lampejo de dignidade nesse filme apático só aparece quando De Niro contracena com a excelente Frances McDormand (de Fargo e Quase Famosos). Ela dá tantas nuances a sua personagem, que coloca no bolso quase tudo que resta no longa. Quanto a De Niro, a gente sempre pode esperar… mas só porque é ele.
O Último Suspeito ½
[City By The Sea, Michael Caton-Jones, 2002]