FRIO COMO A NEVE

Filme de Jayme Monjardim torra o dinheiro da Globo e não dá em nada

Olga é tudo o que se disse sobre e muito mais. Mas o principal defeito do primeiro longa-metragem de Jayme Monjardim não é que ele se assemelha demais a uma das novelas que o diretor emplacou na emissoras de TV por onde passou. O filme peca principalmente porque tem uma trama essencialmente emocional, mas a direção não sabe dar o tom adequado em nenhuma cena. Além de idealizar a personagem, estereotipar sua relação com Luiz Carlos Prestes, não atingir profundidade sob nenhum prisma, Olga é cinema sem emoção, não sabe nem domar suas bases para emocionar o público. O excesso de gastos com a produção exauriu qualquer chance de criatividade e competência da direção. A elogiada fotografia não é mais novidade em lugar nenhum e não salva o filme da apatia. Outro ponto bastante incômodo é a performance efusiva de Camila Morgado, que acha que provavelmente acredita que interpretação é sinônimo de falar grosso. Em todas as suas cenas, a moça nos serve de olhos esbugalhados, voz empostada e muita agressividade. Diante do exagero da atriz, o revolucionário bonzinho de Caco Ciocler parece muito mais crível.

OLGA
Olga, Brasil, 2004.

Direção: Jayme Monjardim.

Roteiro e Produção: Rita Buzzar, baseado no livro de Fernando Morais.

Elenco: Camila Morgado, Caco Ciocler, Fernanda Montenegro, Osmar Prado, Leona Cavalli, Murilo Rosa, Mariana Lima, Renata Jesion, Eliane Giardini, Jandira Martini, Guilherme Weber, Werner Schünneman, José Dumont, Odilon Wagner, Eliana Guttman, Sabrina Greve, Osmar Prado, José Carlos Machado.

Fotografia: Ricardo Della Rosa. Montagem: Pedro Amorim. Direção de Arte: Tiza de Oliveira. Música: Marcus Vieira. Figurinos: Paulo Lois. Site Oficial: www.olgaofilme.globo.com.

nas picapes: Build, Housemartins.

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