Chris Hemsworth, Anthony Hopkins, Tom Hiddleston

A verdade é que Thor é o filme mais arriscado dentro dessa aventura dos heróis da Marvel nos cinemas. A possibilidade do longa derrapar nas bilheterias poderia colocar em cheque a construção do universo que a editora vem trabalhando há anos para materializar. O filme do deus do trovão é o que mais trabalha com elementos mágicos, místicos, pouco palpáveis num no meio de uma série de personagens que sempre pareceram muito próximos do espectador.

Para trabalhar esses aspectos pouco realistas (deuses, imortalidade, coisa e tal), a Marvel tomou uma decisão acertada: foi ao teatro. Ao contratar Kenneth Branagh para comandar o filme, o estúdio deu à toda mitologia que existe em torno do herói um tratamento de palco. Thor continuou à parte de “gente” como o Homem de Ferro, Hulk ou até mesmo os X-Men, mas agora está menos inacessível. É como se Asgard estivesse num palco. Num plano diferente, mas mais próximo.

É meio impossível fugir do óbvio. Branagh destaca nos mitos nórdicos que a Marvel transpôs para os quadrinhos os elementos teatrais da trama. As intrigas familiares, os jogos de poder e as traições ganham um tratamento shakespereano que ajuda a tornar o tom do filme menos opulento. Desta maneira, a conversa entre filme de herói e material mitológico fica mais fácil. A direção de arte, que assustava desde o trailer, se revelou extremamente bem resolvida. Tem aqueles dourados foscos de shoppings dos anos 80 misturados na medida certa com elementos tecnológicos, como na ponte de Asgard, que mantêm a imponência sem perder o kitsch de uma monarquia de outrora.

Outra surpresa foi como Kenneth Branagh se revela um diretor de ação bastante eficiente. Ele consegue coordenar bem essa transição entre a palatabilidade necessária a um longa baseado num personagem de HQ à substância fundamental a um filme com essa ambientação. As cenas de ação são divertidas e acertam no tom do drama. Branagh, que há anos não dirigia nada memorável, deu uma renovada em sua carreira. E sua experiência de ator ajudou a retirar performances interessantes do elenco. Anthony Hopkins, como Odin, tem seu melhor papel em anos: consegue o espaço ideal para fazer funcionar seus cacoetes. E Chris Hemsworth, que à primeira vista parecia acéfalo, consegue reproduzir bem os princípios e a “doçura” de um viking.

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[Thor, Kenneth Branagh, 2011]

Comentários

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8 comentários sobre “Thor”

  1. Esse Pedro Cardoso parece uma contradição ambulante. Ao mesmo tempo que ele concede entrevista para o documentário sobre Dzi Croquettes ele vem com essas de manifestos anti-sexo e reações raivosas em outras entrevistas.

    Ao menos ele é um ótimo comediante. Mas só.

    Forte abraço.

  2. baixou uma estrela da nota q vc tinha dado no twitter, mas valeu! apoio tudo o q escreveu ai. tb acho q ele cruzou uma linha perigosa com a direcao de arte kitsch, mas nao eh q ficou lindao? tb me surprendi com o coracao – e nao o cerebro – mole do hemsworth. achava q ia ser soh mais um cigano igor, mas quebrei a cara… salve a marvel!

  3. ESTE FILME ACABA DE ENTRAR NO SELETO GRUPO DE FILMES SOBRE HQS QUE SE SALVAM.HOMEM DE FERRO1,BEGINS,TDK,SIN CITY,MARCAS DA VIOLENCIA,SUPERMAN 1,V DE VINGANÇA.POR QUE TEM UM MONTE DE FILMES DESTE GENERO QUE QUE SÃO LIXO COMO:BAT E ROB,HOM DE FERRO 2,MOT FANTASMA,HOM ARANHA 3,ELEKTRA,ETC………..

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