Carol Reed é o cineasta do excepcional O Terceiro Homem (49), um dos maiores thrillers do cinema, eleito o melhor filme inglês da história. Como todo cineasta que faz muito sucesso, Reed foi parar nos EUA. Lá chegou a ganhar os Oscars de filme e diretor com o musical Oliver! (68), mas antes visitou a grandiosidade do circo em Trapézio (56). Qualquer filme sobre circo perde, comparado ao maior deles, O Maior Espetáculo da Terra (52), de Cecil B. De Mille. Mas a idéia central do filme de Reed não é visitar a majestade do picadeiro, mas contar uma pequena história de amor e ambição. Parece plot de novela mexicana e quase é. O filme narra a amizade entre um velho e um jovem trapezistas e a chegada de uma jovem ambiciosa que pode destruir a proximidade entre eles. As relações não são bem aprofundadas, parecem forjadas até. Lancaster e Curtis exploram ao máximo seu poder de canastrice, mesmo sendo de Gina Lollobrigida o papel mais caricato. No entanto, os três funcionam muito bem em cena. Talvez o ambiente seja favorável. A direção de arte que constrói o circo é de extrema competência e a fotografia, sobretudo nas cenas do trapézio – corajosas e belíssimas, é excepcional. A técnica favorece o filme de Reed, mas não muda seu destino de filme esquecível.

Trapézio EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Trapeze, Carol Reed, 1956]

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