É engraçado imaginar que Joey Lauren Adams, a maluquinha protagonista do filme mais redondo de Kevin Smith, Procura-se Amy, seja a autora deste filme tão maduro. Maduro porque Encontros ao Acaso termina por refletir sobre a dificuldade de se comunicar travestido de drama interiorano tipicamente norte-americano. Ashley Judd, que segue em grande fase, entrega mais uma bela interpretação sobre a mulher que bebe para conseguir um parceiro para uma noite de sexo, mas que não sabe encarar o dia seguinte e tem que enfrentar o fato de que alguém se interessou de verdade por ela.
E, então, como agir se você simplesmente não sabe o caminho, a maneira? Se você acha que pode se machucar, se a possibilidade de um namoro em vez de confortar faz você se sentir rumo a uma jaula num lugar desconhecido. Como aprender a crescer quando você já é adulto, quando jogar um peça de roupa íntima no lixo faz todo o incômodo desaparecer e tudo voltar a ficar arrumado e confortável? O que fazer quando o problema é seu e o mundo te pede mais?
Encontros ao Acaso
[Come Early Morning, Joey Lauren Adams, 2006]
É isso mesmo, moço. Como te falei, levei uma paulada. Saí daquele bizarro Gemini I com a sensação de incômoda cumplicidade. Como querer mais se não sabemos (ainda)o que queremos do outro? Em semana de ressaca moral, o filme foi a gota d’água (ou de cerveja?)… quero outra coisa pra mim! Sim.