Nostalgia. Nostalgia pura. Abaixo o Amor é passado. Por isso que, mesmo que seja uma gracinha de filme, soe tão datado. Até rimou. A comentada citação das comédias românticas dos anos 50/60 é mais que mola propulsora do filme; é o filme em si. Ewan McGregor e Renée Zellweger agarram seus papéis com vontade, nos emprestando deliciosas interpretações, mas tombam frente ao limitado texto. Suas homenagens a Cary Grant e Doris Day ficam condenadas a uma quadra de squash: sempre batem na parede e voltam. Não acertam alvo nenhum. A ingenuidade da proposta deixa o filme velho. A deslumbrante direção de arte e os figurinos a la Edith Head são atrativos, mas não sustentam o longa, que tem bons coadjuvantes, com destaque para David Hyde Pierce, um dos poucos que ainda conseguem fazer um neurótico cômico de maneira interessante. Por mais que queira com toda a força ser fofinho, o filme não tem graça. O pior é que, quando Abaixo o Amor tenta se fazer atual, como na montagem paralela com conotações sexuais, fica tão gratuito quanto um filme do Larry Clark. Modernizar o passado também pode ser uma evolução cinematográfica, mas este não é o caso aqui.

Abaixo o Amor
Down With Love, EUA, 2003.
Direção: Peyton Reed.
Elenco: Renée Zellweger, Ewan McGregor, Sarah Paulson, David Hyde Pierce, Rachel Dratch, Jack Plotnick, Tony Randall, John Aylward, Warren Munson, Matt Ross, Michael Ensign, Timothy Omundson, Jeri Ryan, Ivana Milicevic, Dorie Barton, Basil Hoffman, Turtle.
Roteiro: Eve Ahlert e Dennis Drake. Produção: Bruce Cohen e Dan Jinks. Fotografia: Jeff Cronenweth. Edição: Larry Bock. Direção de Arte: Andrew Laws. Música: Marc Shaiman. Figurinos: Daniel Orlandi.

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