O Festival do Rio geralmente apresenta uma fartura de documentários de temas variados. A edição 2013 está especial para quem gosta do gênero, com filmes que retratam desde o movimento punk até a drag queen Divine. O Filmes do Chico seleciona aqui cinco longas cujas temáticas e cujos realizadores já os deixam entre os imperdíveis do festival.

O Ato de Matar

O Ato de Matar, Joshua Oppenheimer

O filme de terror mais assustador do ano é O Ato de Matar, uma obra que prova que o verdadeiro mal está muito mais perto do que se imagina. O terror desta coprodução entre Noruegua e Dinamarca não vem de fantasmas, criaturas mitológicas ou eventos sobrenaturais. Seus parentes mais próximos são os filmes de psicopatas e os longas de tortura que foram redescobertos na década passada. Mas ao contrário destas obras de ficção, o que assusta neste filme é o quanto ele é real. Em lato sensu e stricto sensu.

O Conhecido Desconhecido

O Conhecido Desconhecido: a Era Donald Rumsfeld, Errol Morris

Documentarista de mão cheia, sempre interessado em personagens da política americana, Errol Morris escolhe o ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, como objeto. Mais do que contar a vida deste homem, ele tenta traduzi-lo. A entrevista tenta explicar sua visão de mundo e como esse ex-congressista foi um dos principais idealizadores da Guerra do Iraque e da paranoia americana contra o terror.

Em Berkeley

Em Berkeley, Frederick Wiseman

Aos 83 anos, Frederick Wiseman se revela um maratonista. É preciso disposição para encarar os 244 minutos de Em Berkeley, novo trabalho de um dos maiores documentaristas do mundo. Ao contrário da tendência natural do cinema de não-ficção dos dias de hoje, que pressupõe intervenções do diretor em relação ao objeto, Wiseman passeia com sua câmera pelo campus da universidade americana que batiza o filme para mostrar o detalhes de seu dia-a-dia, revelar seus personagens e compreender os desafios de comandar uma instituição como essa.

O Espírito de 45

O Espírito de 45, Ken Loach

Conhecido por suas ficções que retratam fatos históricos, como Ventos da Liberdade, ou que decifram o britânico comum, caso de Meu Nome é Joe, Ken Loach dirige um documentário sobre um ano-chave para o mundo atual, 1945, o ano em que acabou a Segunda Guerra Mundial. O cineasta político usa uma vasta pesquisa de imagens para capturar o clima de reconstrução da época, que ajudou a estabelecer preceitos que a Grã-Bretanha mantém até hoje.

A Imagem que Falta

A Imagem que Falta, Rithy Panh

Possivelmente um dos filmes mais interessantes do Festival do Rio. O cambojano Rithy Pahn, sobrevivente do massacre que o Khmer Vermelho praticou em seu país e dizimou sua família, tema principal de seus filmes, passou anos em buscas de imagens que retratassem sua dor e a de seu povo. Como o material não é dos mais fartos, Pahn resolveu criar novas imagens – as imagens que faltavam – e produziu um documentário com técnicas barrocas de animação, recriando a barbárie da história de seu país.

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