Muita água para pouco sapo
Chove muito e há vários dias em Salvador. Quatro dias de folga que seriam convertidos em múltiplas idas ao cinema terminaram em duas visitas apenas.O São João dos meus sonhos deu com os burros n’água. Foi numa tarde de muita chuva que eu fui ao Cinema do Museu Geológico da Bahia assistir A Profecia dos Sapos. A animação francesa que traz o dilúvio para os dias de hoje segue o caminho oposto ao traço por computador que domina Hollywood, o que já era de se esperar, mas a diferença não se aprofunda muito.
No longa europeu, é mais difícil se estabelecer quem é bom ou mau – os animais carnívoros, por exemplo, têm fome e querem comer – , mas essa indefinição não consegue escapar muito dos lugares comuns. Como o público-alvo é mesmo as criancinhas mais jovens, isso assume uma importância secundária. Existe uma preocupação em ser bem diferente do que é feito nos Estados Unidos, mas as lições de moral são bem parecidas e parecem meio tolas quando se cobra comportamento humano dos animais (como há homens e bichos, não é com os segundos que a criança se identifica). Um problema é a falta de uma resolução: o filme termina sem dizer porque foi feito. Isso é ruim.
A PROFECIA DOS SAPOS
La Prophétie des Grenouilles, França, 2003.
Direção, Produção e Canções: Jacques-Remy Girerd.
Roteiro: Jacques-Remy Girerd, Antoine Lanciaux e Iouri Tcherenkov.
Elenco: Michel Piccoli, Anouk Grinberg, Annie Girardot, Bernard Bouillon, Romain Bouteille, Raquel Esteve Mora, Patrick Eveno, Michel Galabru, Coline Girerd, Manuela Gourary, Véronique Groux de Miéri, Roseline Guinet, Kevin Hervé, Jacques Higelin.
Fotografia: Benoît Razy. Montagem: Hervé Guichard. Direção de Arte: Jean-Loup Felicioli. Música: Serge Besset. Site Oficial: A Profecia dos Sapos.
nas picapes: Rainy Days and Mondays, The Carpenters.