FUSO HORÁRIO DO AMOR

No começo de Fuso Horário do Amor, a protagonista diz que todo mundo deveria ter o direito de viver um dia como num filme norte-americano. Se a idéia era contar uma história simples e fazer uma brincadeira com as comédias românticas feitas nos Estados Unidos, o tiro saiu você sabe bem por onde. O filme narra aquele encontro casual entre um homem e uma mulher que faz nascer amor entre a dupla. Mas, por mais que Juliette Binoche seja uma atriz maravilhosa, capaz de transformar um pequeno diálogo num grande discurso e uma expressão simples num milhão de significados, o filme apenas rascunha ser uma boa história. Daniele Thompson mastiga e vomita os mesmos clichês com os quais quis brincar. Lá pelo meio do filme, o roteiro até ensaia uma saída simpática para os chavões habituais. Mas os minutos finais do longa caminham para um poço sem fundo onde a ironia é substituída pela falta de criatividade. Se fosse filmado nos Estados Unidos, seria um filme mais óbvio, sem dúvida. Mas é justamente por vir de onde vem que ele decepciona tanto.

Fuso Horário do Amor
Décalage Horaire, França/Grã-Bretanha, 2002
Direção: Danièle Thompson.
Elenco: Juliette Binoche, Jean Reno, Sergi López, Scali Delpeyrat, Karine Belly.
Roteiro: Danièle Thompson e Christopher Thompson. Produção: Alain Sarde. Música: Eric Serra. Fotografia: Patrick Blossier. Edição: Sylvie Landra. Direção de Arte: Michèle Abbé-Vannier. Figurinos: Elisabeth Tavernier.

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