MAMÃE TAMBÉM FAZ SEXO

Comédia divaga sem tom certo sobre a mudança na orientação sexual

O cinema espanhol nunca perde gosto pelo escracho. Mesmo depois de Pedro Almodóvar ter estilizado seus filmes e dado mais profundidade a seus personagens, não são poucos os herdeiros de sua veia exagerada. A dupla de diretoras-roteiristas de Minha Mãe Gosta de Mulher saiu deste grupo e, em seu longa de estréia, aborda temas caros ao cineasta: homossexualismo, relacionamento, neuroses urbanas. A história é simples: uma pianista na casa dos 50 reúne as três filhas para dizer que está apaixonada por uma mulher. As discussões, mais simples ainda: respeito x aceitação para ficarmos no simplório.

A seu favor, o filme tem o fato de não ser panfletário. Contra, o de não deixar muito claras suas convicções. A fórmula da comédia rápida se confunde com seqüências inteiras de debates mais sérios. Parece ter receio de se transformar num filme com público-alvo, mas tampouco mostra maior consistência cômica. Nessa troca tons, nenhum predomina e há a sensação de muito barulho por pouco. Leonor Watling, no entanto, consegue encontrar o equilíbrio entre o histriônico e o dramático, o que parecia ser muito difícil nos minutos iniciais do filme. Mas sua boa interpretação não é o suficiente para que este filme ganhe uma alcunha melhor do que “simpático”.

MINHA MÃE GOSTA DE MULHER
A Mi Madre Le Gustan Las Mujeres, Espanha, 2002.

Direção e Roteiro: Daniela Fejerman e Inés París.

Elenco: Leonor Watling, Rosa María Sardà, María Pujalte, Silvia Abascal, Eliska Sirová, Chisco Amado, Xabier Elorriaga, Álex Angulo, Aitor Mazo, Sergio Otegui, Fernando Colomo.

Fotografia: David Omedes. Montagem: Fidel Collados. Direção de Arte: Soledad Seseña. Música: Juan Bardem. Figurinos: Vicente Ruiz. Produção: Fernando Colomo e Beatriz de la Gándara.

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