Mostra de Cinema 2004, dia 4:
Família Rodante , de Pablo Trapero.
(Familia Rodante, Argentina/Brasil/França/Alemanha/Espanha/Inglaterra, 2004)
Ou como fazer um road movie sem deixar de ser latino-americano. pablo Trapero pegou o argumento mais simples e mais antigo do mundo, o da família reunida, para fazer seu filme e conseguiu, sem muito esforço, um resultado acima da média. Com uma fotografia espetacular para um longa com limites cenográficos, Família Rodante é um filme-mosaico como os de Robert Altman, onde o que impera é a latinidade. Comédia acessível, não deixa de tocar em temas profundos quando quer. Um belo exemplo de como fazer filme popular na América do Sul sem recorrer a padrões do mercado norte-americano.
Tudo Azul , de Jesse Acevedo.
(Everything Blue, Estados Unidos/Brasil/México, 2000)
Um grande equívoco. Documentário feito por um mexicano radicado nos Estados Unidos sobre a música negra no Brasil. Tenta ser histórico, geográfico, político, social. Mas entra em meandros tolos, específicos e desnecessários. A presença de Virgínia Rodrigues, que pontua todo o longa, no começo parece interessante, mas se torna sem sentido. A produção no Brasil foi feita por Preta Gil, o que esclarece bem a participação de gente como Fernanda Montenegro falando sobre a questão racial no país. Feito para exportação.
Depois da Meia-Noite , de Davide Ferrario.
(Dopo Mezzanotte, Itália, 2004)
Tenta ser uma homenagem ao cinema através de uma pequena história de amor (o guarda de um museu de cinema tem que abrigar uma moça fugitiva por quem se apaixona que é namorada de um ladrão de carros). Apesar do belos momentos, que deixam animado qualquer amante dos filmes, se perde em sua própria caricatura de “cinemazinho fofo”. Há algum humor, mas sobra pretensão. A solução final é sem pé nem cabeça.