[Abel, Diego Luna, 2010]
O filme de estreia do ator Diego Luna na direção começa delicado, com uma câmera que parece buscar o enquadramento mais carinhoso do protagonista. Os primeiros muitos minutos de Abel são simpaticíssimos, genuinamente engraçados. O cineasta novato parecia ter descoberto um ponto de equilíbrio entre a sensibilidade de mostrar uma criança doente e a leveza da comédia dramática. As coisas se complicam quando o filme começa a ficar mais sério. A mudança de tom não é o problema, mas a decisão de Luna de manter o humor na mesma medida. O filme parece caçoar do próprio protagonista. O tema sério fica banalizado. Quando o diretor decide que “vamos falar sério”, o filme está meio de uma nebulosa. Para resolver as coisas, ele inventa um clímax que parece mais maneirista do que outra coisa. Pior do que isso: parece ter sido feito apenas para que o diretor criasse uma imagem.
Svinalängorna, Pernilla August, 2010
A premissa de Beyond é semelhante a de A Primeira Coisa Linda: filha que vive isolada precisa encarar a mãe moribunda e o passado que estava enterrado. Mas, ao contrário da leveza do longa italiano, a estreia da atriz Pernilla August na direção de longas, carrega toda a carga dramática da cinematografia nórdica. Pernilla aumenta a carga gradativamente, num movimento crescente quase musical que revela aos poucos a fragilidade da protagonista. Pernilla, além do talento para comandar a encenação (sem ranço teatral), surpreende na composição de imagens. As várias cenas da piscina, que demarcam a história, são filmadas lindamente.
San qiang pai an jing qi, Zhang Yimou, 2009
Esse remake de Gosto de Sangue, dos irmãos Coen, é o filme mais desnecessário dos últimos tempos. Zhang Yimou transporta a trama noir para uma China de época e abraça o pastelão como projeto artístico. Pelo menos, é fiel até o final, embora raramente crie cenas engraçadas de verdade como a sequência do macarrão. O filme fica quase mudo em seu terço final, o que poderia tornar as coisas mais interessantes, mas, sem ritmo, e exagerando no modelo fake, Yimou deixa tudo enfadonho. Stephen Chow faria bem melhor.
[Reprise, Joachim Tier, 2006]
Apesar da estrutura noventista, cheia de manerismos engraçadinhos na narração e na montagem, Reprise faz um belo trabalho no desenvolvimento dos protagonistas, dois amigos que tentam começar suas carreiras literárias. Joachim Tier dá bastantes texturas aos personagens, psicologicamente complexos e indefinidos. Os clichês não chegam a incomodar.
[Agreste, Paula Gaitán, 2010]
Abandonei a sala vinte minutos antes de o filme acabar, portanto podem desconsiderar o que eu vou escrever. Mas Agreste me pareceu uma reunião de ideias velhas. Paula Gaitán usa Marcélia Cartaxo para versar sobre representação – Coutinho já fez melhor – enquanto faz uma viagem ao Nordeste nas mesmas imagens de sempre: rostos marcados, fitas que mostram fins de festas, vegetação árida, animais no pasto seco e rochas, muitas rochas.
Comentários curtos e primeiras impressões sobre os filmes da Mostra no Twitter
Lista com todos os filmes vistos na Mostra SP 2010
mais Mostra SP:
– Indicados ao Oscar de filme estrangeiro na Mostra SP
– Metrópolis, de Fritz Lang, restaurado, exibido de graça
– Top 20 Mostra SP 2009
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Mitchel, eu realmente me inocmodei com o filme. Achei que ele usa a comédia para tornar impossível o espectador não ter carinho pelo filme mesmo quando o tom muda.
Concordo que “Abel” banaliza a situação do garoto na segunda metade da trama, mas não consegui não gostar do filme. A idéia é bacana, as atuações me agradaram… sei lá. Acho que a minha afinidade com o cinema latino pesou a favor.