Um filme imenso. Não no tamanho. Na maravilha. A cena que abre O Mundo é genial e a fotografia se mantém assim por todos os mais de 130 minutos. O diretor filma cada seqüência em takes únicos (pelo menos não lembro de qualquer corte dentro das cenas) e a câmera é precisa, flutuando com absoluta fluidez para não deixar detalhe algum escapar. Impossível uma fotografia mais bonita neste ano. “O Mundo”, o parque de diversões que guarda réplicas de monumentos do mundo inteiro, é o simulacro perfeito para que Jia Zhang-ke discorra sobre os temas minúsculos, aqueles que são geralmente gigantescos tanto que só cabem nas cenas abertíssimas do filme do diretor.
O Mundo
[Shijie, Jia Zhang-ke, 2004]