O site The Wrap aponta o brasileiro O Som ao Redor como um dos favoritos para conseguir uma vaga entre os cinco indicados ao Oscar de filme estrangeiro. O longa de Kleber Mendonça Filho vai enfrentar outros 75 pré-candidatos ao prêmio, segundo a lista revelada hoje pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. Um recorde. São 5 filmes a mais do que os inscritos no ano passado. Junto o indicado do Brasil, filmes como O Passado, representante do Irã dirigido pelo vencedor do Oscar Ashgar Farhadi; A Caça, do dinamarquês Thomas Vintenberg; e o polonês Walesa, do veterano Andrzej Wajda, figuram entre os mais cotados do The Wrap.
A categoria de filme em língua estrangeira é uma das mais complicadas – e questionáveis – do Oscar. Primeiro por surgir de indicações “oficiais” dos países, o que, além das implicações políticas no processo, limita o número de filmes a um por país. Como não é preciso estrear nos Estados Unidos para estar apto para a pré-indicação, cinematografias menos tradicionais conseguem colocar seus representantes na corrida, mas a visibilidade deles é tão pequena que raramente eles seguem até a lista final de indicados. Os 76 longas selecionados para a disputa são avaliados por um comitê de voluntários entre os integrantes da Academia. Um número ínfimo no meio do corpo geral de votantes. Eles precisarão provar que assistiram aos filmes no Samuel Goldwyn Theater ao longo dos próximos três meses. De suas notas para os filmes, sairão seis pré-finalistas. Um comitê executivo da Academia, seja lá o que isso signifique, escolhe outros três.
A relação com 9 pré-selecionados deve ser anunciada em dezembro, algumas semanas antes do anúncio dos indicados. Os finalistas serão conhecidos em janeiro. Na peneira deste ano, dois já caíram: Burning Bush, da veterana Agnieszka Holland, indicado pela República Tcheca, foi desclassificado porque havia estreado na HBO antes de ir para os cinemas e há relatos de que a Coreia do Norte tentou enviar um representante para o Oscar, mas com o filme, não identificado, não teria sido escolhido por um comitê, como mandam as regras, nem chegou a ser considerado. Agora é torcer para que os velhinhos da Academia sigam as críticas e votem no filme de Kleber Mendonça, que merece toda a atenção.
Afeganistão: Wajma (An Afghan Love Story) 
½ [ژمه, Barmak Akram]
África do Sul: Four Corners [Four Corners, Ian Gabriel]
Albânia: Agon [Agon, Robert Budina]
Alemanha: Two Lives [Zwei Leben, Georg Maas]
Arábia Saudita: O Sonho de Wajda [وجدة, Haifaa al-Mansour]
Argentina: Wakolda [Wakolda, Lucía Puenzo]
Austrália: O Foguete [The Rocket, Kim Mordaunt]
Áustria: The Wall [Die Wand, Julian Pölsler]
Azerbaidjão: Steppe Man [Steppe Man, Shamil Aliyev]
Bangladesh: Television [টেলিভিশন, Mostofa Sarwar Farooki]
Bélgica: Alabama Monroe [The Broken Circle Breakdown, Felix van Groeningen]
Bósnia & Herzegovia: Um Episódio na Vida de um Catador de Lixo [Epizoda u životu berača željeza, Danis Tanović]
Brasil: O Som ao Redor [O Som ao Redor, Kleber Mendonça Filho]
Bulgária: The Colour of the Chameleon, [Цветът на Хамелеона, Emil Hristov]
Camboja: A Imagem que Falta [L’Image Manquante, Rithy Panh]
Canadá: Gabrielle [Gabrielle, Louise Archambault]
Cazaquistão: The Old Man [Шал, Ermek Tursunov]
Chade: GriGris [GriGris, Mahamat-Saleh Haroun]
Chile: Gloria ½ [Gloria, Sebastián Lelio]
China: Back to 1942 [Yi Jiu Si Er, Feng Xiaogang]
Cingapura: Ilo Ilo [爸妈不在家, Anthony Chen]
Colômbia: La Playa DC [La Playa DC, Juan Andrés Arango]
Coreia do Sul: Juvenile Offender [범죄소년, Kang Yi-kwan]
Croácia: Halima’s Path [Halimin Put, Arsen Anton Ostojić]
Dinamarca: A Caça ½[Jagten, Thomas Vintenberg]
Egito: Winter of Discontent [الشتا إللى فات, Ibrahim El-Batout]
Equador: Porcelain Horse [Mejor No Hablar (de Ciertas Cosas), Javier Andrade]
Eslováquia: My Dog Killer [Môj pes Killer, Mira Fornay]
Eslovênia: Class Enemy [Razredni sovražnik, Rok Biček]
Espanha: 15 Years and One Day [15 años y un día, Gracia Querejeta]
Estônia: Free Range [Free Range: Ballaad maailma heakskiitmisest, Veiko Õunpuu]
Filipinas: Transit [Transit, Hannah Espia]
Finlândia: Disciple [Lärjungen, Ulrika Bengts]
França: Renoir [Renoir, Gilles Bourdos]
Geórgia: In Bloom [გრძელი ნათელი დღეები, Nana Ekvtimishvili, Simon Groß]
Grã-Bretanha: Metro Manila [Metro Manila, Sean Ellis]
Grécia: Boy Eating the Bird’s Food ½ [Το Αγόρι Τρώει το Φαγητό του Πουλιού, Ektoras Lygizos]
Holanda: Borgman [Borgman, Alex van Warmerdam]
Hong Kong: O Grande Mestre [一代宗師, Wong Kar-Wai]
Hungria: The Notebook [A Nagy Füzet, János Szász]
Índia: The Good Road [The Good Road, Gyan Correa]
Indonésia: Sang Kiai [Sang Kiai,Rako Prijanto]
Irã: O Passado [گذشته, Ashghar Farhadi]
Islândia: Of Horses and Men [Hross í oss, Benedikt Erlingsson]
Israel: Belém: Zona de Conflito ½ [בית לחם,Yuval Adler]
Itália: A Grande Beleza [La Grande Bellezza, Paolo Sorrentino]
Japão: The Great Passage [舟を編む, Yuya Ishii]
Letônia: Mother I Love You [Mammu, es Tevi Mīlu, Jānis Nords]
Líbano: Ghadi [غدي, Amin Dora]
Lituânia: Conversations on Serious Topics [Pokalbiai Rimtomis Temomis, Giedrė Beinoriūtė]
Luxemburgo: Blind Spot [Doudege Wénkel, Christophe Wagner]
Marrocos: God’s Horses [يا خيل الله, Nabil Ayouch]
México: Heli [Heli, Amat Escalante]
Moldávia: All God’s Children [All God’s Children, Adrian Popovici]
Montenegro: Bad Destiny [As Pik – Loša Sudbina, Draško Đurović]
Nepal: Soongava: Dance of the Orchids [सुनगाभा, Subarna Thapa]
Noruega: I Am Yours [Jeg er din, Iram Haq]
Nova Zelândia: White Lies [Tuakiri Huna, Dana Rotberg]
Palestina: Omar ½ [عمر, Hany Abu-Assad]
Paquistão: Zinda Bhaag [زندہ بھاگ, Meenu Gaur, Farjad Nabi]
Peru: The Cleaner [El Limpador, Adrián Saba]
Polônia: Walesa [Wałęsa. Człowiek z nadziei, Andrzej Wajda]
Portugal: Linhas de Wellington [Linhas de Wellington, Valeria Sarmiento]
República Dominicana: Who’s the Boss? [¿Quién Manda?, Ronni Castillo]
República Tcheca: The Don Juans [The Don Juans, Jiri Menzel]
Romênia: Instinto Materno ½ [Poziţia Copilului, Călin Peter Netzer]
Rússia: Stalingrad [Сталинград, Fedor Bondarchuk]
Sérvia: Circles [Кругови, Srdan Golubovic]
Suécia: Eat Sleep Die [Äta Sova Dö, Gabriela Pichler]
Suíça: Mais que Mel [More than Honey, Markus Imhoof]
Tailândia: Countdown [เคาท์ดาวน์, Nattawut Poonpiriya]
Taiwan: Soul [失魂, Chung Mong-Hong]
Turquia: The Butterfly’s Dream [Kelebeğin Rüyası, Yılmaz Erdoğan]
Ucrânia: Paradjanov [Параджанов, Serge Avedikian, Olena Fetisova]
Uruguay: Anina [Anina, Alfredo Soderguit]
Venezuela: Breach in the Silence [Brecha en el Silencio, Luis Rodríguez, Andrés Rodríguez]
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Minhas apostas para o Oscar 2014 (em setembro, 2013)
Acho o filme fraco e superestimado, parece um episódio fraco de novela, e não acho q tenha chances na Academia, q privilegia uma história original, interessante e bem contada para filmes estrangeiros. O filme não tem uma unidade temática, apenas física, por mostrar um painel de uma determinada região. Muita conversa banal e situações banais, sem nenhuma grande cena ou situação cinematográfica. Ficarei surpreso se entrar entre os 9.
Marco Schiavon, acho que você precisa ler mais sobre o filme. Não é por mal não, mas é a ideia é justamente ser realista, por isso “conversa banal e situações banais”. A ideia é fazer um retrato ácido e crítico do novo Brasil e fazer as devidas ligações com o passado. E, sim, o filme tem fortes chances de ser indicado: olha só http://www.termometrooscar.com/oscar-2014-melhor-filme-estrangeiro-candidatos-indicados-e-vencedores.html.
Gente! O Som ao redor é uma droga! Pode ser esteticamente interessante, abordar pequenas realidades, ter uma estética diferenciada, ou qualquer outra coisa que os “especialistas” em cinema achem no filme; que não aborda nada, não faz crítica a especulação imobiliária (que é apenas mencionada), que não discute a relação entre vizinhos (nem seus conflitos), não aborda a ausência do estado na questão da segurança, que possui um final inesperado, mas previsível a partir de determinado momento… Parece uma colcha de retalhos, em que nada se liga realmente a outra coisa… Se for indicado será uma injustiça com muita coisa melhor feita por aqui. Que tem muita coisa boa fora do eixo Rio – São Paulo.
Eu consigo ver os méritos dO Som ao Redor, mas que ele é muito superestimado ao meu ver é fato. Não acho que um outro filme brasileiro deveria ser escolhido para a vaga de filme estrangeiro, realmente é um filme muito bom e que pelos padrões dos outros filmes nacionais ele se torna um Cidadão Kane… Mas para uma proposta tão livre e inteligente ele não deveria ter se auto destruído nos últimos minutos… Eu me pergunto se essas pessoas que consideram o filme ‘perfeito’ tiveram a devida atenção nas tantas falhas e furos que ele apresenta. E uma resolução gratuita demais, sem falar tanto para evitar spoilers.
Assisti esse filme , SOM AO REDOR, e não vi nada de mais nele.
Filme de médio para fraco.Mas, basta estar concorrendo ao OSCAR, para os brasileiros ficarem ,todos , empolgados. Para ver a credibilidade desse prêmio , basta lembrar que o vencedor de 2013 foi o filme ARGO ( FRAQUINHO… FRAQUINHO…)
“A Caça” tem grandes chances, estou torcendo!
Gostei do filme, mas acho que exploraram pouco o ponto central do filme. Talvez os estrangeiros não consigam captar a essência.
Chico,
Acho que A Caça é um dos favoritos.
E o Mads Mikkelsen está impecável no filme.
Mas fico na torcida por uma indicação do filme O Som ao Redor.
ESQUECI DE MENCIONAR O PASSADO (IRÃ) HUUU EITA DRAMA DE COMPLICADO. QUE CATEGORIA DIFÍCIL PESSOAL.
O páreo vai ser duro, muitos filmes vem se destacando por onde passam, na minha opinião os mais cotados para ocupar as nove vagas são esses:
Gloria (Chile)*
Child’s Pose (Romênia)*
A caça (Dinamarca)*
A grande beleza (Itália)
Heli (México)
The grandmaster (Hong Kong)*
Linhas de Wellington (Portugual)*
O som ao redor (BRASIL)*
O Sonho de Wajda (Arábia Saudita)
Linhas de Wellington é pouco comentado e Heli é polêmico demais, de resto sua lista de favoritos estar perfeita.
O SOM ao Redor ja estah em DVD por aqui, nos Estados Unidos. Eh um filme muito bom, mas nao acho que tenha chances de ganhar nada- talvez uma indicacao possa ser possivel, mas ainda acho dificil! Se isso acontecer, serah o primeiro filme ( ja lancado em DVD, e Streaming on NETFLIX), depois do GREGO ( polemico e incrivel) DOGTOOTH. O SOM ao REDOR eh um filme reflexivo, mas NAO achei assim tao cativante! Os personagens nao SAO interessantes, e a estoria nao leva a “quase” nada de importante depois de 2 horas de 11 minutes de situacoes que nao me pareceram relevantes! Espero que haje um filme melhor que esse para ser o representante do Brasil, ou serah mais um ano sem ganhar uma indicacao !:(
Bem, se depender das dezenas de prêmios que o filme já ganhou, acho que eles tem boas chances. O “Dente Canino” divide opiniões; Eu acho bem ruim.
Já viu algum dos outro indicados para dizer que “O Som Ao Redor” não vai ganhar nada por acaso?
Não entendi.
Rogerio, talvez o fato de você morar no exterior contribua pra essa sua análise. Na verdade eu custo a entender o motivo da crítica internacional coroar tanto esse filme que me parece algo compreensível apenas pra quem vive essa realidade todos os dias. Dá pra entender que a narrativa, o desenrolar, não segue aquela estrutura de “climax”, ou de “mega história”. Mas o filme é repleto de pequenas importâncias, de momentos que se resolvem em seu próprio entorno.
desculpe, caro, mas você dizer que não acha que o filme aborda “quase” nada importante é de certa maneira patente à desconsideração, visto que você não mora mais no Brasil, provavelmente, e muito menos em Recife.
Um dos pontos mais destacáveis e “importantes” que o filme aborda gira em torno da especulação imobiliária da cidade (que acontece e está acontecendo em várias cidades do Brasil, especialmente nas do Nordeste).
E se vierem com o argumento de: “ah, como podia saber, ninguém sabe dessas coisas que não acontecem na esquina mais próxima”, digo-lhes: preguiça mental, de ler até os mais reles jornais online.
e o filme é estética e narrativamente fabuloso, fora tantos outros grandes aspectos. espero que ganhe sim. até mesmo o Oscar.