Faz poucos dias desde que eu vi pela primeira vez a ópera rock gay Hedwig – Rock, Amor e Traição, filme de estréia de John Cameron Mitchell. Confesso que fiquei impressionado com a consistência do longa, que se escora no universo do cinema gay e, que, como tantos outros, poderia facilmente ter caído na armadilha de ser um filme sectário, panfletário ou, simplesmente, raso. Mitchell sabe dar o tom exato a seu protagonista, interpretado por ele mesmo, tornando-o complexo e encantador. Ao mesmo tempo, seu filme reproduz a fórmula de filme de rock, com humor e sarcasmo, sem falar na trilha sonora excepcional (com destaque para o novo clássico “Wig in a Box”).
Faz poucos dias que estreou em circuito Shortbus, o segundo longa de Mitchell. Ele não é o mais o protagonista, o filme não é um musical, mas a temática ainda é a mesma: o universo gay. Mas o cinema de Mitchell, embora possamos dizer que seja um cinema político, com público específico, não tem um alcance limitado. Muito pelo contrário. O discurso do personagem do ex-prefeito de Nova York tem um dos mais belas textos deste ano, partindo do específico para o universal. E é quando é universal (mesmo que seja num clube gay – ou uma versão revista e ampliada disso) que o filme de John Cameron Mitchell funciona plenamente.
A música, cortesia do Yo La Tengo, talvez seja a melhor do ano. Com uma beleza rara na cena indie norte-americana, o longa tem um equilíbrio impressionante entre as piadas sem qualquer pudor e a melancolia em que você pode acreditar, material difícil de encontrar por aí. Só peca em algumas soluções conciliadoras, único ponto em que se rende aos clichês do cinema gay. Com Shortbus, Mitchell prova que mesmo partindo de um microverso pode-se abrir a janela para todo o resto.
Shortbus ½
[Shortbus, John Cameron Mitchell, 2006]
A música da festa final do filme se chama In The End.. de Scott Matthew; =D
o filme eh lindo
a trilha sonora perfeita
dah uma aula de psicologia e tanto
muito bom naum canso de ver…
OI ADRIANO! PODE ME ESCREVER NO E-MAIL: egrotti@gmal.com
DAÍ PODEMOS NOS FALAR SIM!
VLW PELAS PALAVRAS….
UM FORTÍSSIMO ABRAÇO!!
Oi Emerson Grotti! Por acaso, você é o Emerson Paião de Assis? Gostaria muito de ter um autográfo teu. Sou muito teu fã, desdo o Ratinho, até seus espetáculos teatrais. Passe-meu teu e-mail, por favor!!!!
O melhor filme que vi esse ano e um dos melhores da minha vida! Realmente, em uma semana, assisti quatro vezes! Só gostaria de saber o nome das músicas usadas na trilha sonora, principalmente a última cantada pela mestre de cerimônia no SHORTBUS. Alguém sabe??
saí do cinema extremamente “pensante”.
SHORTBUS é um daqueles filmes que vc vê e se coloca a pensar, não consegue parar de indicar aos amigos, vc se apaixona mesmo….. trilha sonora maravilhosa, tudo muito bom!!!
Realmente este filme surpreende!! E sem dúvida no final das contas o que fica na memória é o belíssimo enredo e elenco do que as cenas mais que picantes!