O American Film Institute, um dos mais importantes órgãos na preservação de filmes nos Estados Unidos, lançou, na noite desta quarta-feira, num programa de TV especial com três horas de duração, sua nova lista dos 100 maiores filmes em língua inglesa. A divulgação comemora os dez anos da primeira lista do instituto.

1 (1) Cidadão Kane (1941), de Orson Welles
2 (3) O Poderoso Chefão (1972), de Francis Ford Coppola
3 (2) Casablanca (1942), de Michael Curtiz
4 (24) Touro Indomável (1980), de Martin Scorsese
5 (10) Cantando na Chuva (1952), de Gene Kelly e Stanley Donen
6 (4) …E o Vento Levou (1939), de Victor Feming
7 (5) Lawrence da Arábia (1962), de David Lean
8 (9) A Lista de Schindler (1993), de Steven Spielberg
9 (61) Um Corpo que Cai (1958), de Alfred Hitchcock
10 (6) O Mágico de Oz (1939), de Victor Fleming

Orson Welles e seu Cidadão Kane continuam imbatíveis em primeiro lugar, mas Francis Ford Coppola, com O Poderoso Chefão, conseguiu tomar a segunda posição de Casablanca, de Michael Curtiz. Entre os dez mais, duas novidades em relação à lista de 1997: entraram Touro Indomável, de Martin Scorsese, e Um Corpo que Cai, de Alfred Hitchcock.

11 (76) Luzes da Cidade (1931), de Charles Chaplin
12 (96) Rastros de Ódio (1956), de John Ford
13 (15) Guerra nas Estrelas (1977), de George Lucas
14 (18) Psicose (1960), de Alfred Hitchcock
15 (22) 2001 (1968), de Stanley Kubrick
16 (12) Crepúsculo dos Deuses (1950), de Billy Wilder
17 (7) A Primeira Noite de um Homem (1967), de Mike Nichols
18 (–) A General (1927), de Clyde Bruckman e Buster Keaton
19 (8) Sindicato de Ladrões (1954), de Elia Kazan
20 (11) A Felicidade Não se Compra (1946), de Frank Capra

Os dois filmes que perderam a vaga no top ten foram: A Primeira Noite de um Homem, de Mike Nichols, e Sindicato de Ladrões, de Elia Kazan, rebaixados para os vinte mais. Em toda a lista, há 23 filmes que não constavam na relação anterior. Desses ‘novatos’, quem conseguiu se dar melhor foi A General, de Clyde Bruckman e Buster Keaton, que estreou em 18º lugar.

21 (19) Chinatown (1974), de Roman Polanski
22 (14) Quanto Mais Quente Melhor (1959), de Billy Wilder
23 (21) As Vinhas da Ira (1940), de John Ford
24 (25) E.T. – O Extraterrestre (1982), de Steven Spielberg
25 (34) O Sol é para Todos (1962), de Robert Mulligan
26 (29) A Mulher faz o Homem (1939), de Frank Capra
27 (33) Matar ou Morrer (1952), de Fred Zinneman
28 (16) A Malvada (1950), de Joseph L. Mankiewicz
29 (38) Pacto de Sangue (1944), de Billy Wilder
30 (28) Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola

Em toda a lista, o filme que mais perdeu posições foi Uma Aventura na África, de John Huston, que desceu 48 degraus, indo do 17º para o 65º lugar. Na contrapartida, outro John, o Ford, foi o que viu seu Rastros de Ódio mais crescer: nada menos do que 84 posições, passando do 96º para uma surpreendente 12ª colocação.

31 (23) Relíquia Macabra (1941), de John Huston
32 (32) O Poderoso Chefão – 2ª Parte (1974), de Francis Ford Coppola
33 (20) Um Estranho no Ninho (1975), de Milos Forman
34 (49) Branca de Neve e os Sete Anões (1937), de David Hand
35 (31) Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), de Woody Allen
36 (13) A Ponte do Rio Kwai (1957), de David Lean
37 (37) Os Melhores Anos de Nossas Vidas (1946), de William Wyler
38 (30) O Tesouro de Sierra Madre (1948), de John Huston
39 (26) Dr. Fantástico (1964), de Stanley Kubrick
40 (55) A Noviça Rebelde (1965), de Robert Wise

Victor Fleming foi o único cineasta que conseguiu emplacar dois filmes entre os dez primeiros colocados. …E O Vento Levou ficou em 6º e O Mágico de Oz, em 10º. No entanto, o diretor que mais apareceu na lista foi Steven Spielberg, com cinco títulos: A Lista de Schindler, E.T. – O Extraterreste, Caçadores da Arca Perdida, Tubarão e O Resgaste do Solado Ryan.

41 (43) King Kong (1933), de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack
42 (27) Uma Rajada de Balas (1967), de Arthur Penn
43 (36) Perdidos na Noite (1969), de John Schlesinger
44 (51) Núpcias de Escândalo (1940), de George Cukor
45 (69) Os Brutos Também Amam (1953), de George Stevens
46 (35) Aconteceu Naquela Noite (1934), de Frank Capra
47 (45) Uma Rua Chamada Pecado (1951), de Elia Kazan
48 (42) Janela Indiscreta (1954), de Alfred Hitchcock
49 (–) Intolerância (1916), de D. W. Griffith
50 (–) O Senhor dos Anéis: a Sociedade do Anel (2001), de Peter Jackson

Vários outros diretores tiveram mais de um filme citado na relação: Alfred Hitchcock, Billy Wilder e Stanley Kubrick (com 4, cada), Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Frank Capra, George Stevens, John Huston e Charles Chaplin (com 3) e Michael Curtiz, David Lean, John Ford, George Lucas, Mike Nichols, Elia kazan, William Wyler, Ribert Wise, Robert Altman, Alan J. Pakula e Sidney Lumet (com 2).

51 (41) Amor, Sublime Amor (1961), de Robert Wise e Jerome Robbins
52 (47) Taxi Driver (1976), de Martin Scorsese
53 (79) O Franco-Atirador (1978), de Michael Cimino
54 (56) M*A*S*H* (1970), de Robert Altman
55 (40) Intriga Internacional (1959), de Alfred Hitchcock
56 (48) Tubarão (1975), de Steven Spielberg
57 (78) Rocky, um Lutador (1976), de John G. Avildsen
58 (74) Em Busca do Ouro (1925), de Charles Chaplin
59 (–) Nashville (1975), de Robert Altman
60 (85) Diabo a Quatro (1933), de Leo McCarey

O filme mais antigo que aparece na lista é Intolerância (1916), de D. W. Griffith, o único da década de 10. O mais recente é O Senhor dos Anéis: a Sociedade do Anel (2001), de Peter Jackson, representante solitário dos anos 2000. Na relação, além do filme de Jackson, há apenas mais dois filmes produzidos depois da lista de 1997: O Resgate do Soldado Ryan (1998) e O Sexto Sentido (1999).

61 (–) Contrastes Humanos (1941), de Preston Sturges
62 (77) Loucuras de Verão (1973), de George Lucas
63 (–) Cabaret (1972), de Bob Fosse
64 (76) Rede de Intrigas (1976), de Sidney Lumet
65 (17) Uma Aventura na África (1951), de John Huston
66 (60) Caçadores da Arca Perdida (1981), de Steven Spielberg
67 (–) Quem Tem Medo de Virginia Woolf? (1966), de Mike Nichols
68 (98) Os Imperdoáveis (1993), de Clint Eastwood
69 (62) Tootsie (1982), de Sydney Pollack
70 (46) Laranja Mecânica (1971), de Stanley Kubrick
71 (–) O Resgate do Soldado Ryan (1998), de Steven Spielberg
72 (–) Um Sonho de Liberdade (1994), de Frank Daranbont
73 (50) Butch Cassidy (1969), de George Roy Hill
74 (65) O Silêncio dos Inocentes (1991), de Jonathan Demme
75 (–) No Calor da Noite (1967), de Norman Jewison
76 (71) Forrest Gump (1993), de Robert Zemeckis
77 (–) Todos os Homens do Presidente (1976), de Alan J. Pakula
78 (81) Tempos Modernos (1936), de Charles Chaplin
79 (80) Meu Ódio Será Tua Herança (1969), de Sam Peckinpah
80 (93) Se Meu Apartamento Falasse (1960), de Billy Wilder

Dos 100 filmes, 20 são da década de 70, a mais representiva. Os anos 60 vêm em segundo lugar, com 18 títulos. Pela lista, Intolerância seria o melhor filme da década de 10, A General, o da década de 20, …E O Vento Levou, o dos anos 30, Cidadão Kane, o dos 40, Cantando na Chuva ganharia o título nos anos 50, Lawrence da Arábia nos 60, O Poderoso Chefão nos 70, Touro Indomável venceria nos 80, A Lista de Schindler na década de 90 e A Sociedade do Anel, nos anos 2000.

81 (–) Spartacus (1960), de Stanley Kubrick
82 (–) Aurora (1927), de F. W. Murnau
83 (–) Titanic (1997), de James Cameron
84 (88) Sem Destino (1969), de Dennis Hopper
85 (–) Uma Noite na Ópera (1935), de Sam Wood
86 (83) Platoon (1986), de Oliver Stone
87 (–) Doze Homens e uma Sentença (1957), de Sidney Lumet
88 (97) Levada da Breca (1938), de Howard Hawks
89 (–) O Sexto Sentido (1999), de M. Night Shyamalan
90 (–) Ritmo Louco (1936), de George Stevens
91 (–) A Escolha de Sofia (1982), de Alan J. Pakula
92 (94) Os Bons Companheiros (1990), de Martin Scorsese
93 (70) Operação França (1971), de William Friedkin
94 (95) Pulp Fiction (1994), de Quentin Tarantino
95 (–) A Última Sessão de Cinema (1971), de Peter Bogdanovich
96 (–) Faça a Coisa Certa (1989), de Spike Lee
97 (–) Blade Runner (1982), de Ridley Scott
98 (100) A Canção da Vitória (1942), de Michael Curtiz
99 (–) Toy Story (1995), de John Lasseter
100 (72) Ben-Hur (1959), de William Wyler

Saíram da lista nesses dez anos: Doutor Jivago, O Nascimento de uma Nação, A Um Passo da Eternidade, Amadeus, Sem Novidades no Front, O Terceiro Homem, Fantasia, Juventude Transviada, No Tempo da Diligências, Contatos Imediatos do Terceiro Graus, Sob o Domínio do Mal, Sinfonia em Paris, O Morro dos Ventos Uivantes (1939), Dança com Lobos, Assim Caminha a Humanidade, Fargo, O Grande Motim, Frankenstein, Patton, O Cantor de Jazz, Minha Bela Dama, Um Lugar ao Sol e Adivinhe Quem Vem para Jantar.

E você, qual seria a sua lista? Manda aí.

Comentários

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19 comentários sobre “Top 100: American Film Institute”

  1. Nada contra musicais. Bom até ver Cabaret na lista. Mas, de musicais, tem muitos melhores que os de Wise, omissões indesculpáveis como A Roda da Fortuna e Sinfonia de Paris, de Minnelli, gênio, My Fair Lady, O Picolino, aquele muito bom de Goerge Sidney, Ardida Como Pimenta, etc. Só vi West Side Story uma vez, e desceu mal.

    Sobre os faroestes, muita mancada ter pouca coisa de Hawks. Rio Bravo é genial (e os filmes xerox dele idem).

    Alguns diretores dessa lista representados com os filmes errados (apesar dos Oscars, da história, etc, e na minha opinião, claro):

    Kazan / O Clamor do Sexo?
    Forman/ Amadeus?
    Wyler/ A Princesa e o Plebeu, ou O Colecionador, ou Da Terra Nascem os Homens?
    Altman/ Quando os Homens São Homens?
    McCarey/ Cupido é Moleque Teimoso?
    Zemeckis/ De Volta Para o Futuro?
    Kubrick/ Barry Lyndon?
    Stone/ JFK

    Chico, vc trocou o cara de O Sol é Para Todos (tvz por causa de Um Lugar ao Sol): é Mulligan, e não Stevens.

  2. Ronald, a princípio é a de melhores filmes americanos, mas, como no Oscar, eles terminam englobando os outros falados em inglês, sobretudo os da pátria-mãe.

  3. Saymon, acho que o “Chefão” nunca vai ganhar essa lista por “Kane” sempre será visto como filme que “inventou”, o que não tem nada errado.

    A questão não é o dinheiro envolvido, mas a língua. A lógica é a mesma do Oscar. Filmes em inglês são elegíveis.

    Na verdade, eu acho interessantíssimo que Victor Fleming seja o único diretor com dois filmes no top ten. Ele é muito menos celebrado do que a maioria dos outros e fez, no mesmo ano, dois clássicos absolutos, mesmo que “E O Vento Levou” seja um novelão.

    “Guerra nas Estrelas”, além de ser uma preciosidade, inaugurou um gênero e um tipo de filme. Melhor do que “2001” ele não é, mas um marco, com certeza.

    Eu nunca vi “Matar ou Morrer”, meu western favorito não aparece na lista: “Onde Começa o Inferno”, de Howard Hawks.

    “Manhattan” pode até ser melhor do que “Annie Hall”, mas o segundo entrou mais para História. E ainda foi op único Oscar que o diretor não foi receber.

    O que você tem contra os musicais xaroposos? Cada um a seu modo, “A Noviça Rebelde” e “Amoe, Sublime Amor” são geniais. Aliás, musicais são geniais. Infelizmente, um dos melhores do mundo, “Minha Bela Dama”, ficou de fora nessa lista.

    As seqüências realmente ficaram engraçadas.

    Também não entendo esse auê todo como “Tootsie”, que é é engraçadinho.

    Eu acho que op melhor filme do Billy Wilder foi o mais bem colcocado: “Crepúsculo dos Deuses”.

    O “Olga” deles não, né? É xingamento demais.

  4. É lista dos 10 melhores filmes americanos ou falado em ingles??? Supondo que seja a segunda opção, com uma análise rápida e superficial dos filmes que me vieram na cabeça agora, aí vai a minha lista dos 10 melhores sem ordem de preferencia: Luzes da Cidade, Laranja Mecânica, Janela Indiscreta, Taxi Driver, Paris Texas, Era uma Vez no Oeste, Magnólia, O Poderoso Chefão, O Homem que Matou o Facínora e Crepusculo dos Deuses.

    Abraços!

  5. Eduardo, na verdade, eles levantaram a bola do Murnau, que nem aparecia na última lista. “Aurora” é meu filme favorito (atualmente), mas só o fato de aparecer aí sendo mudo já me alegra um cadinho.

    Marlos, eu acho errado considerar trilogias ou seqüências como um filme só. Não dá pra comparar “A Ameaça Fantasma” com “Guerra nas Estrelas”, por exemplo. Acho que os filmes devem, sim, ser analisados separadamente.

    Gustavo, o Tarantino nunca esteve com essa bola toda para os “mais sérios”. Pelo menos permaneceu e até subiu uma posição na lista.

  6. Na ordem:
    1 – Quanto tempo vai demorar para O Poderoso Chefão assumir a liderança?
    2 – Lawrence da Arábia é o melhor filme da história, mas não deveria estar nessa lista. Não importa quanto dinheiro americano tenha, o filme é britânico.
    3 – Victor Fleming? Quem deveria ter dois filmes no TOP TEN é John Ford, e não com Rastros de Ódio (perfeito, sim senhor), mas com As Vinhas da Ira e Liberty Valance.
    4 – Alguém realmente respeita Star Wars a esse ponto? Nerdice. E na frente de 2001.
    5 – O segundo faroeste melhor colocado é Matar ou Morrer, sem chance.
    6 – Manhattan> Annie Hall
    7 – Já vi que “merecer não tem nada a ver com isso”. Robert Wise muito mais gênio em Punhos de Campeão, aparece com esses musicais xaroposos.
    8 – O mais engraçado dessas listas é a seqüência. Por exemplo, Rocky logo na frente Em Busca do Ouro.
    9 – Ótimo ver Sydney Pollack na lista, mas A Noite dos Desesperados é muito melhor que Tootsie.
    10 – The Apartment é top 20, sem dúvida.
    11 – Aurora junto com Titanic, engraçado.
    12 – A Escolha de Sofia? A Escolha de Sofia? É o Olga deles, com Meryl Streep genial, e só.

  7. Eu sempre acho que essas listas deviam encarar trilogias como um único filme. Até para dar mais espaços para outros nomes. Apesar de filmes como “O Poderoso Chefão” se sustentarem sozinhos, outros como “A Sociedade do Anel” só fazem sentido dentro do contexto dos três filmes. Mas penso que continuam levando em conta nessas listas a grandiosidade dos filmes e não os filmes e si. Esses anos dois mil já tivemos coisas bem mais importantes para a história do cinema que o Sociedade do Anel.

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