Essa lista inaugura uma série de Top 20s que estou preparando como retrospectiva para os anos 2000. Numa década onde o cinema brasileiro se recuperou definitivamente, muitos filmes tiveram que ficar de fora. Na lista, nada de Tropa de Elite, Meu Nome Não é Johnny ou 2 Filhos de Francisco. Os meus melhores estão aqui.

Andrea Tonacci

20 Serras da Desordem
Andrea Tonacci, 2006

O retorno de Andrea Tonacci ao cinema ganha a forma de documentário ficcionalizado que tem em seu protagonista adorável sua maior força.

Walter Salles Daniela Thomas

19 Linha de Passe
Walter Salles e Daniela Thomas, 2008

Walter Salles se recupera de tropeços e projetos ambiciosos que ficaram na promessa com um filme simples sobre os laços que unem uma mãe e quatro irmãos.

Beto Brant

18 O Invasor
Beto Brant, 2002

Beto Brant promove o encontro entre o cinema urbano brasileiro e o policial contemporâneo num filme que revela um grande ator: Paulo Miklos.

Karim Ainouz

17 Madame Satã
Karim Aïnouz, 2002

A estreia de Karim Aïnouz recupera, com uma fotografia brilhante, um personagem único e revela outro ator de primeira grandeza: Lázaro Ramos.

Sandra Kogut

16 Mutum
Sandra Kogut, 2007

Guimarães Rosa, um autor de difícil adaptação, ganhou tradução delicadíssima nas mãos de Sandra Kogut e um protagonista-mirim impressionante.

Domingos Oliveira

15 Juventude
Domingos Oliveira, 2008

Domingos Oliveira reúne os amigos para repassar a vida e homenagear a própria amizade em seu melhor filme em muito tempo.

Rogerio Sganzerla

14 O Signo do Caos
Rogério Sganzerla, 2005

O mestre maior do filme marginal brasileiro em seu réquiem, homenageando sua própria história e seu próprio cinema.

Cao Hamburger

13 O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias
Cao Hamburger, 2006

A Ditadura Militar vista pelos olhos de uma criança. Cao Hamburger troca o ranço pelo carinho e acerta em cheio na composição de uma época e de um turbilhão de sentimentos.

Julio Bressane

12 Filme de Amor
Julio Bressane, 2004

Júlio Bressane consegue dialogar com o sublime e faz seus personagens voarem para longe de prisões formais em busca de algo além. É a criação que brota do caos.

Joao Jardim

11 Pro Dia Nascer Feliz
João Jardim, 2007

Um painel sobre o sistema educacional brasileiro, sim, mas mais do que isso uma investigação sobre o jovem que este país forma pelos mais variados prismas.

Fernando Meirelles Katia Lund

10 Cidade de Deus
Fernando Meirelles (co-dir. Kátia Lund), 2002

O filme mais famoso da história recente é a promessa de um cinema industrial de primeira qualidade, um exemplo na formação de atores e o projeto mais ambicioso já feito por estas bandas.

Marcelo Gomes

9 Cinema, Aspirina e Urubus
Marcelo Gomes, 2005

Marcelo Gomes explora o Sertão com graça invejável, sem nunca espetacularizá-las. Fazia tempo que o cinema brasileiro não contava tão bem e de maneira tão simples uma história

Paulo Sacramento

8 O Prisioneiro da Grade de Ferro
Paulo Sacramento, 2004

A câmera entregue aos detentos não pode ser completamente franca, sem cálculo, mas o naturalismo com que os narradores conduzem o filme é a força do documentário.

Jose Eduardo Belmonte

7 Se Nada Mais Der Certo
José Eduardo Belmonte, 2008

Ao diretor não interessa investigar a perda de parâmetros dos personagens. As motivações estão claras – sustentar a família e a si mesmos. Tudo muito prático, mas nunca simplista.

Joao Moreira Salles

6 Entreatos
João Moreira Salles, 2004

O político mais popular da história recente destes país visto em close-up no momento em que está prestes a passar de eterna promessa a governante.

Beto Brant e Renato Ciasca

5 Cão Sem Dono
Beto Brant e Renato Ciasca, 2007

Os fatos pouco interessam aos diretores Beto Brant e Renato Ciasca. O foco é como o homem lida com suas limitações e com sua inevitável transformação aos moldes do mundo.

Luiz Fernando Carvalho

4 Lavoura Arcaica
Luiz Fernando Carvalho, 2001

Um livro infilmável e o maior artista da TV brasileira em sua incursão única no cinema, traduzindo-o e explorando suas estranhezas com um lirismo raro.

Joao Moreira Salles

3 Santiago
João Moreira Salles, 2007

O que encanta é a habilidade de promover linguagem, de reordenar a memória, de construir a partir da desconstrução. Ou este filme é genial ou seu autor é um golpista admirável.

Edurado Coutinho

2 Jogo de Cena
Eduardo Coutinho, 2007

O grande documentarista deixa de lado sua cômoda fórmula de cinema para investigar os caminhos da representação e questionar a verdade e a mentira.

Karim Ainouz

1 O Céu de Suely
Karim Aïnouz, 2006

No melhor filme brasileiro dos anos 2000, Karim Aïnouz mostra o Brasil conectado com o cinema contemporâneo, seja nas imagens etéreas seja nos questionamentos da protagonista, uma mulher em busca do seu lugar.

menções honrosas:

Onde a Terra Acaba (2001), de Sérgio Machado; Loki – Arnaldo Baptista (2008), Paulo Henrique Fonetenelle; Person (2005), de Marina Person; No Meu Lugar (2009), de Eduardo Valente; Estamira (2006), de Marcos Prado; Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo (2009), de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes; A Concepção (2005), de José Eduardo Belmonte; Redentor (2004), Cláudio Torres; Houve uma Vez Dois Verões (2002), de Jorge Furtado; e Babilônia 2000 (2001), de Eduardo Coutinho.

E como listas são sempre polêmicas, que tal você deixar a sua, hein?

Comentários

comentários

70 comentários sobre “Top 20 anos 2000: filmes brasileiros”

  1. Ô Renato, seja mais feliz e procure assistir aos filmes sem falar bobagem antes. E mais, fale por você e não pelos atores.

    Marcelo, eu não concordo. Acho “Abril Desperdiçado” não combina com o Nordeste. As pessoas não agem como na Romênia, de onde saiu a história original.

    Gabrielen, Celia, é bem por aí.

    Bruna, acho os dois que vc citou apenas corretos.

    Edmilson, do “Contra Todos” só gosto da Sílvia Lourenço.

    Icekilmer, esta lista é completamente pessoal, não quer provar nada.

    Wellington, seu comentário é de uma coerência impressionante. Parabéns pela concatenação de ideias.

    Daniel, eu acho “Cazuza” correto, prém oficialesco. “Zuzu Angel” tem alguns méritos, mas é uma experiência burocrática e enfadonha. Já “Olga”, cruzes, estaria na minha lista de piores.

    Sergio, acabou de fazer um amigo. Você não é o Sergio dos Mutantes não, né?

    Lucas, não gostei muito de “Budapeste” pra ser bem sincero.

  2. Será que Budapeste não pode alcançar algum lugar por ai?!?!?!
    Vou dizer que gostei da lista mas ainda preciso assistir alguns dela!!

    Att,

  3. Engraçado como ainda tanta gente encara essas listas como se fossem afrontas pessoais. O próprio autor dessa lista fez a importante observação de que cada um tem sua lista pessoal que sempre tem polêmica. Pra completar, os tolos ainda ficam indignados em descobrir que as pessoas nem sempre têm o mesmo gosto que eles. Isso sim é uma atitude que já indica que a pessoa não entende nada de nada, e provavelmente nada de cinema.

    Da minha parte, gostei de todos os que eu conheço (não muitos), e vou aproveitar os outros como sugestão, que eu posso ou não gostar e no final… oh, nossa, o cara gosta de um filme que eu não gostei, que cretino, meu mundo caiu……..

  4. Nada contra os filmes selecionados, mas achei um absurdo os filmes Olga, Cazuza e Zuzu Angel não estarem entre os primeiros melhores.

  5. Nada contra os filmes selecionados, mas achei um absurdo os filmes Olga, Cazuza e Zuzu Angel não estarem entre os primeiros melhores.

  6. Mto ruim a lista… quem fez não tem cultura nenhuma colocou um monte de filme meia boca e deixou de fora os recordistas de bilheteria.

    Mto fraco.

  7. Não vou desmerecer nenhum dos filmes citados ai em cima, acredito que todos sejam muito bons (embora eu não tenha gostado de um ou outro que está nessa lista e que eu assisti), mas não entendo muito bem qual a relevância e mérito da mesma. Não se trata apenas da ausência de tropa de Elite, mas muitos outros filmes excelentes que foram produzidos nesse período como o ótimo Tropa de Elite (não eu não ia deixar de citá-lo), o fantástico Romance com Wagner Moura, Wladmir Brichta (não sei se é assim que escreve o nome dele) e Letícia Sabatela, Não Por Acaso que contem quase que o mesmo elenco, além, é claro, do primoroso Abril Despedaçado estrelado pelo Rodrigo Santoro e que ganhou vários prêmios ao redor do mundo. Se o problema é aquele velho hábito de querer depreciar aquilo que faz sucesso e eventualmente pop, então talvez seja melhor estabelecer que todo filme que se torna sucesso de público automaticamente vira um filme ruim ai sim podemos fazer listas como essas. Agora se a intenção é poder dar o devido valor a filmes que não tiveram o mesmo brilho, ou a mesma atenção da imprensa ou critica, acho que esses filmes não precisavam ser reconhecidos a custa da desvalorização dos outros.
    Eu continuo mantendo minha opinião que essas listas nada provam, principalmente porque está sujeito ao gosto de no máximo uma meia dúzia de pessoas que se acham melhores que os outros por terem as vezes uma visão só um pouco diferente dos demais.
    É isso.
    http://icekilmer.wordpress.com

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