O TUDO E O NADA

Diretor perde a mão e desperdiça bons atores numa salada de gêneros confusa, boboca e pseudocriativa

O cinema britânico tem subgêneros bem definidos. Um deles, que vem ganhando força desde a segunda metade da década passada, é o que conta histórias simples de gente simples em pequenas cidades do interior da Grã-Bretanha. Geralmente, apostando no ritmo muitas vezes delicioso do humor inglês, este tipo de filme já gerou algumas pequenas pérolas, como A Fortuna de Ned (Kirk Jones, 98) e O Barato de Grace (Nigel Cole, 00), com Brenda Blethyn encabeçando o elenco e fumando maconha. Pois bem, a volta da atriz ao gênero não deu muito certo.

Em Túmulo com Vista, ela vive a mulher de um vereador de uma cidadezinha, homem que deu o golpe do baú ao se casar com ela, o que deixou seu verdadeiro amor, um agente funerário tímido e solitário cada vez mais tímido e solitário. Se ficasse só no bonitinho, talvez o filme desse mais certo, mas o diretor-roteirista quis brincar com os musicais dos anos 30 e os pastelões, numa mistura que não dá liga. Christopher Walken está patético e Naomi Watts não soube transformar sua personagem em algo válido. O final, no pior estilo terrir parece os piores momentos dos Trapalhões.

TÚMULO COM VISTA
Plots with a View, Grã-Bretanha/Estados Unidos/Alemanha, 2003.

Direção: Nick Hurran.

Roteiro: Frederick Ponzlov.

Elenco: Brenda Blethyn, Alfred Molina, Robert Pugh, Christopher Walken, Naomi Watts, Lee Evans, Jerry Springer, Padrig Owen Jones, Miriam Margolyes, Ena Cohen.

Fotografia: James Welland. Montagem: John Richards. Direção de Arte: Keith Maxwell. Música: Rupert Gregson-Williams. Figurinos: Ffion Elinor. Produção: Michael Cowen, Suzanne Lyons, Jason Piette e Kate Robbins.

nas picapes: Automatic Stop, The Strokes.

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