Voo Noturno

Muitas vezes a pior parte de uma viagem de avião é justamente descobrir quem senta ao seu lado. Depois do fraquinho Amaldiçoados, que chegou aos cinemas dois meses atrás, Wes Craven limpa seu nome com um filme bom. Vôo Noturno tem o mérito de retirar Craven do universo do cinema de terror e mostrar o fôlego do diretor num filme de suspense, que se apega à tensão, construída com extrema eficiência. Tensão, inclusive e, talvez sobretudo, verbal. Muito da invenção está no diálogo entregue aos protagonistas. Desde a apresentação das personagens, os passageiros do vôo, o roteiro revela que ali tem coisa boa. O casting foi acertadíssimo: Cillian Murphy, com uma propensão natural à psicopatia (uma indicação para o Alfred pelo Espantalho de Batman Begins seria exagero?), é o contraponto ideal para a belezinha Rachel McAdams, que tem se mostrado não apenas boa atriz, mas esperta na escolha de seus filmes. Sem excessos, dá conta do recado. A dupla – e o roteiro enxuto (o filme é deliciosamente rapidinho mesmo) – mantêm o ritmo incessante, que pega o espectador pelo pé. O único senão é o último ato, que parece sobrar. Se o filme não saísse do aeroporto seria perfeito.

Vôo Noturno EstrelinhaEstrelinhaEstrelinha
[Red Eye, Wes Craven, 2005]

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